OS ESTRANHOS, de Stephen King: Um olhar sobre o livro

The Tommyknockers, que foi traduzido aqui no Brasil como Os Estranhos, pela Editora Francisco Alves, faz jus ao título brasileiro e é um dos livros mais estranhos de Stephen King. A história de cerca de 500 páginas levou cinco anos para ser escrita e foi desenvolvida no auge do vício do autor em drogas.

Bobbi Anderson é uma autora de livros western que vive na fazenda de seu falecido tio. Quando topa com um estranho objeto de metal em seu terreno, ela começa a escavar e descobre que se trata de uma nave espacial que emana um gás tóxico.

O gás é capaz de tornar os habitantes da cidade de Haven em gênios inventores, mas também os transforma em criaturas bizarras.

A história é longa demais para a o enredo. Como na maioria de seus livros, Stephen King se estende demais, criando várias histórias paralelas. Mas, diferentemente de seus bons romances, Os Estranhos envolve um monte de histórias desinteressantes.

O livro também tem uma leitura muito difícil. Confesso que demorei demais para terminar a história. Intercalei sua leitura com a de vários outros livros. Esse sci-fi de horror até fica interessante um pouco antes do final, quando King cria um mistério e um suspense acerca da nave espacial de seus possíveis ocupantes, os tais Tommyknockers.

Capa da 1a edição americana
Mas quando o mistério é revelado, bem antes do final, a história volta a ficar morna.

É interessante ver algumas citações de King, como a cena do filme O Iluminado, de Stanley Kubrick, em que Jack Nicholson arrebenta a porta do banheiro do Hotel Overlook com um machado e diz "Aqui está Johnny". Foi interessante ver a citação direta, uma vez que King é abertamente crítico à adaptação de Kubrick (e a tal cena não aparece em seu romance original, apenas no filme).

King também extrapola ao descrever inúmeras bugigangas tecnológicas, criadas pelos agora superinteligentes habitantes de Haven. As descrições são chatas e nada mais.

King também viaja na maionese ao criar cenas em que equipamentos movidos pela força da mente, como máquinas de refrigerante, aspiradores de pó e detectores de fumaça viram máquinas voadoras assassinas (?!).



Enfim, não recomendo para ninguém, além dos fãs mais ardorosos de Stephen King (como eu!). Não me surpreende porque o livro está fora de catálogo no Brasil há anos. Ah, sim. O livro deu origem a um filme tão ruim quanto.


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