DIÁRIO DE UM EXORCISTA - ZERO (2016): Um olhar sobre o filme

Diário de um Exorcista - Zero (2016) é um filme de terror independente nacional, dirigido por Renato Siqueira, que estreou no início de agosto no calendário internacional da Netflix. A produção é um tie-in do livro Diário de um Exorcista, publicado em 2013, pela editora Generale.

E antes de começar a tecer meus comentários sobre o filme propriamente dito, queria destacar que estar na Netflix em todo o mundo é uma conquista louvável para a equipe de Diário de um Exorcista - Zero e para o cinema independente nacional.

Baseado em uma história real, o filme conta a história de dois estudantes de cinema que decidem fazer um documentário sobre exorcismo e conseguem entrevistar o padre Lucas Vidal, um renomado exorcista brasileiro.

A história é contada em flashbacks, em que o padre Lucas conta toda sua trajetória como exorcista e seus encontros com entidades demoníacas. O primeiro flashback do filme se foca na infância do exorcista, quando ele teve seu primeiro contato com entidades do mal, através de seu pai, que se suicida na sua frente.

O núcleo principal do filme, no entanto, se passa no período em que Lucas conhece os irmãos Biaggio, famosos exorcistas, com quem ele aprende os segredos do ritual.

Sobre a história, não há nada de muito original. Aliás, é muito difícil fazer algo novo que gire em torno de exorcismo. O assunto já foi abordado à exaustão pela cultura pop e o próprio tema em si não permite muitas inovações.

No livro, escrito por Siqueira e Luciano Milici, a história é mais elaborada e o leitor consegue perceber a tentativa dos autores de colocar alguns aspectos de originalidade na história. No filme, no entanto, muita coisa do livro foi cortada e alguns aspectos dessa tentativa de inovar na trama ficaram pelo caminho.

Ainda sobre essa relação do livro com o filme, sugiro assistir ao filme antes de ler o livro. O livro é muito melhor e revela algumas coisas que, como escrevi acima, o filme deixa passar. A sugestão é ler o livro apenas depois disso.

Sobre os aspectos técnicos da produção, o filme tem uma boa fotografia e boas tomadas, além de alguns bons momentos de efeitos especiais. Mas, talvez pelas restrições orçamentárias, alguns desses efeitos são ruins.

A atuação do elenco também não é essas coisas. Nas cenas de ação, a linguagem corporal dos atores deixa muito a desejar. O áudio é outro ponto fraco, já que houve a opção de dublar o filme em vez de usar o diálogo ambiente. Então, são raras as vezes em que a boca do ator sincroniza com sua voz.

Isso pode parecer besteira, mas quando percebi nos momentos iniciais do filme, que os diálogos eram dublados, eu não consegui mais me concentrar neles.

De uma forma geral, Siqueira conseguiu fazer um bom trabalho. É um filme independente do qual os fãs brasileiros de horror podem se orgulhar.

AVALIAÇÃO GERAL: Regular
NÍVEL DE TERROR: Médio
O QUE ESPERAR: Possessão demoníaca e alguns sustos


DADOS DO FILME
Título original: Diário de um Exorcista - Zero
Subgênero: Possessão demoníaca
Direção: Renato Siqueira
Ano: 2016
País: Brasil
Duração: 98 min.

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