Cerimônia Macabra é uma coletânea de quatro contos de terror publicada em 1972, início da época mais prolífica de Rubens Francisco Lucchetti (R.F. Lucchetti), os anos de 72 a 76, pela coleção Super Terror da Editora Cedibra.
Há muito tempo corro atrás desses livros de Lucchetti das décadas de 60 e 70 (que são relativamente raros) e, para minha felicidade, encontrei um exemplar em ótimo estado num sebo virtual.
É uma história que mistura lobisomens com paranormalidade (um assunto que estava bem em voga na época do lançamento do livro). Talbot é um mágico que ganha a vida desmascarando charlatães que se passam por videntes/médiuns.
Certo dia, o amigo de Talbot, dr. Zoberg, interpela o mágico e diz que, finalmente, o convencerá da existência de fenômenos paranormais. Ele o leva até a casa de uma menina que seria, de acordo com Zoberg, uma verdadeira médium.
Mas, para se convencer, Talbot amarra a menina, o pai dela, dr. Zoberg e a si próprio, em um quarto totalmente vedado. Ali, diante deles, no escuro, uma besta se materializa e mata o pai da criança. Talbot é acusado de homicídio e precisa se refugiar no chamado Bosque de Satanás, uma área da floresta evitada pelos locais.
Em boa parte da história, Lucchetti lança mão de teorias para explicar a licantropia, fenômenos paranormais e a relacionar as duas coisas. Algo que será importante para se compreender o final da história.
Como a maioria das histórias de Lucchetti, Cerimônia Macabra é situada na Europa do século passado (época em que aliás foi escrita a maior parte da bibliografia do ficcionista). O estilo narrativo é aquele característico do autor, uma narrativa muito centrada com ação, sem rodeios, firulas e grandes preocupações com a construção de personagens e histórias de background.
Ela termina também com um dos clichês preferidos de Lucchetti, a descoberta que o monstro é alguém conhecido, ao estilo Scooby Doo.
Ao contrário da primeira história, que não é grandes coisas, os outros três contos do livro são realmente muito bons e fogem dos temas preferidos de Lucchetti: vampirismo e licantropia.
O segundo conto, A Mansão de Sorona, é uma das melhores histórias e mais macabras de Lucchetti que li até hoje (claro que não li nem 10% do que ele produziu). Passada na Itália, ela gira em torno de um mistério: o que há atrás de uma porta no porão de uma velha casa recém-adquirida por um colecionador de artes?
O que a antiga dona da casa, uma princesa italiana, esconde ali é realmente macabro. O final fica um pouco a dever, mas ainda assim é uma das melhores do autor.
Os Mortos é uma história de zumbis quando esses ainda não estavam na moda. Um estranho médico inglês aparece na faculdade de medicina de Wisconsin, nos Estados Unidos, com interesse em conhecer as dependências dos laboratórios de anatomia.
É uma boa história, que envolve magia negra e ressurreição de cadáveres. Mas, assim como A Mansão de Sorona, é uma história que carece de um final mais contundente e poderia ser mais bem trabalhada. A premissa é boa, mas um pouco mal explorada.
Por fim, A Biblioteca é um conto sobre sacrifício humano e sobre uma casa cheia de vontades. Uma mulher que, querendo esquecer seu antigo amor, aceita o trabalho de governanta em uma antiga mansão. A dona da propriedade vai viajar e diz que precisa de uma governanta para coordenar os inúmeros serviçais da casa. Mas a governanta sente que há algo estranho com a casa, principalmente com a biblioteca.
É uma pena que o livro esteja fora de catálogo há anos. Espero que, um dia, Lucchetti decida reeditá-lo, assim como está fazendo como muitos de seus livros dessa época.
Ah, a capa, apesar de ser bem assustadora, também não tem nada a ver com qualquer um dos contos do livro.
Contos:
Cerimônia Macabra
A Mansão de Sorona
Os Mortos
A Biblioteca
Há muito tempo corro atrás desses livros de Lucchetti das décadas de 60 e 70 (que são relativamente raros) e, para minha felicidade, encontrei um exemplar em ótimo estado num sebo virtual.
O primeiro conto, que dá título ao livro e que, na verdade é uma novela (conto mais longo), ocupa as primeiras 80 páginas do livro, que tem 160 no total. O nome Cerimônia Macabra não tem a ver com a história e provavelmente desagradou Lucchetti, que republicou a história em 1995 pela Editora Fittipaldi com um nome mais adequado (apesar de pouco criativo) O Lobisomem.
É uma história que mistura lobisomens com paranormalidade (um assunto que estava bem em voga na época do lançamento do livro). Talbot é um mágico que ganha a vida desmascarando charlatães que se passam por videntes/médiuns.
Certo dia, o amigo de Talbot, dr. Zoberg, interpela o mágico e diz que, finalmente, o convencerá da existência de fenômenos paranormais. Ele o leva até a casa de uma menina que seria, de acordo com Zoberg, uma verdadeira médium.
Em boa parte da história, Lucchetti lança mão de teorias para explicar a licantropia, fenômenos paranormais e a relacionar as duas coisas. Algo que será importante para se compreender o final da história.
Como a maioria das histórias de Lucchetti, Cerimônia Macabra é situada na Europa do século passado (época em que aliás foi escrita a maior parte da bibliografia do ficcionista). O estilo narrativo é aquele característico do autor, uma narrativa muito centrada com ação, sem rodeios, firulas e grandes preocupações com a construção de personagens e histórias de background.
Ela termina também com um dos clichês preferidos de Lucchetti, a descoberta que o monstro é alguém conhecido, ao estilo Scooby Doo.
Ao contrário da primeira história, que não é grandes coisas, os outros três contos do livro são realmente muito bons e fogem dos temas preferidos de Lucchetti: vampirismo e licantropia.
O segundo conto, A Mansão de Sorona, é uma das melhores histórias e mais macabras de Lucchetti que li até hoje (claro que não li nem 10% do que ele produziu). Passada na Itália, ela gira em torno de um mistério: o que há atrás de uma porta no porão de uma velha casa recém-adquirida por um colecionador de artes?
O que a antiga dona da casa, uma princesa italiana, esconde ali é realmente macabro. O final fica um pouco a dever, mas ainda assim é uma das melhores do autor.
Os Mortos é uma história de zumbis quando esses ainda não estavam na moda. Um estranho médico inglês aparece na faculdade de medicina de Wisconsin, nos Estados Unidos, com interesse em conhecer as dependências dos laboratórios de anatomia.
É uma boa história, que envolve magia negra e ressurreição de cadáveres. Mas, assim como A Mansão de Sorona, é uma história que carece de um final mais contundente e poderia ser mais bem trabalhada. A premissa é boa, mas um pouco mal explorada.
Por fim, A Biblioteca é um conto sobre sacrifício humano e sobre uma casa cheia de vontades. Uma mulher que, querendo esquecer seu antigo amor, aceita o trabalho de governanta em uma antiga mansão. A dona da propriedade vai viajar e diz que precisa de uma governanta para coordenar os inúmeros serviçais da casa. Mas a governanta sente que há algo estranho com a casa, principalmente com a biblioteca.
É uma pena que o livro esteja fora de catálogo há anos. Espero que, um dia, Lucchetti decida reeditá-lo, assim como está fazendo como muitos de seus livros dessa época.
Ah, a capa, apesar de ser bem assustadora, também não tem nada a ver com qualquer um dos contos do livro.
Contos:
Cerimônia Macabra
A Mansão de Sorona
Os Mortos
A Biblioteca