FEBRUARY (2015): Um olhar sobre o filme

A primeira coisa que tenho a dizer sobre February (2015) é que se trata de um filme que tem dois nomes em inglês (o outro título é The Blackcoat's Daughter), está listado no Netflix com seu título em espanhol (La Enviada del Mal) e, não se sabe por que, não tem um título em português.

Tirando isso, February, dirigido por Oz Perkins, é certamente um filme que merece ser visto. Internato entra em recesso de inverno e todas as alunas são liberadas para ir para suas casas, com exceção de duas delas, cujos pais não apareceram na escola para buscá-las: Rose e Kat.

As duas, que mal se conhecem, são obrigadas a conviver por alguns dias, isoladas na escola, junto com duas funcionárias do internato. A mais velha das estudantes tem que lidar com uma gravidez inesperada. Já a mais nova é uma garota estranha, que não parece demonstrar nenhuma emoção e que parece estar escondendo alguma coisa da colega e das funcionárias da escola.

Paralelamente, Oz Perkins, que também é roteirista, nos conta a história de uma tácita e misteriosa jovem, Joan. Um casal de meia idade a encontra sozinha, numa parada de ônibus, e resolve dar-lhe carona para seu destino final, o internato onde estão Rose e Kat.

Então, a segunda coisa que tenho a dizer sobre February é que o filme, na verdade, são duas histórias que, supostamente, segundo a sinopse, se encontram no final. Mas isso não é verdade. Joan chega, sim, ao internato, mas não há nenhuma conexão clara entre as duas narrativas.

Então, February funciona como se fosse uma antologia com dois média metragens com a mesma temática, que são narrados de forma fragmentada. Pode parecer um formato estranho para um filme, mas eu curti.

Sobre o enredo, é um tema batido, possessão de demoníaca, abordado de uma forma diferente (bem, nem tão diferente assim, O Iluminado, de Stephen King já abordava o tema da possessão demoníaca em um lugar isolado durante o inverno, 40 anos atrás).

O mais interessante do filme, na verdade, é a atmosfera estranha, bizarra. Quem já viu o filme O Último Capítulo (I Am the Pretty Thing that Lives in the House, 2016) sabe que Oz Perkins gosta de narrativas pouco convencionais (para não dizer estranhas). Quando você assiste o filme, você não sabe o que vai acontecer, mas tem a sensação de algo ruim vai acontecer. As personagens são estranhas e enigmáticas (e vividas por ótimas atrizes).

Quando você finalmente descobre o que vai acontecer, tudo se desenrola de forma muito rápida. Nas duas histórias. Aquela atmosfera pesada que paira durante todo o filme se transfigura num horror real.

O final, apesar de satisfatório, não explica a razão pela qual o mal decide se personificar nas duas personagens, nas duas histórias (bem, supostamente uma história explicaria a outra, mas não, ela não explica).

AVALIAÇÃO GERAL: Bom
NÍVEL DE TERROR: Fraco
O QUE ESPERAR: Possessão demoníaca, atmosfera sombria e um pouco de sangue



DADOS DO FILME
Título original: February
Subgênero: Possessão demoníaca
Direção: Oz Perkins
Ano: 2015
País: EUA/Canadá
Duração: 93 min.

Comentários

  1. Kat e Joan são a mesma pessoa. A história tem duas linhas temporais, uma mostra o que aconteceu na escola, a outra, tempo depois, quando ela fugiu do hospício e tentou retornar à escola, onde esperava encontrar o diabo. Quando ela chega, vai até a caldeira, onde no início ela aparecia adorando o diabo (na cena em que a outra garota a via pela janela) mas encontra a caldeira pagada, percebendo que o diabo não estava mais lá, e assim, se desespera.

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    1. Exatamente!
      Apesar de ter achado a cena final meio falsa.

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  2. Como assim a pessoa faz uma crítica do filme e não percebeu que elas são a mesma pessoa? Dormiu assistindo?

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  3. Gente, mas como elas podem ser a mesma pessoa se o Bill mostra para a Joan a foto da Rose e no carro antes dele morrer fica bem claro que os pais da Rose estão indo ver a filha depois de saber que ela morreu e foi decapitada. Voltando pro restaurante, quando Joan vai ao banheiro e volta Bill está conversando com um policial.

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    1. O filme mostra que a Rose morreu faz mais de 9 anos e que os pais da Rose estão indo levar flores para ela como fazem todos os anos.

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    2. O filme mostra que a Rose morreu faz mais de 9 anos e que os pais da Rose estão indo levar flores para ela como fazem todos os anos.

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  4. Assim como Babadok, se trata de um transtorno psicológico e não uma possessão. Ela claramente sofre de esquizofrenia e já havia dado sinais ao padre,mas ele interpretou como interferência maligna e disse que ela “não poderia ficar”. Em sua transe ela cria um ser contrário a figura divina q o padre representa, que permite que ela fique, mas precisa ofertar. Com o não aparecimento de seus pais, e ausência do padre querido (provavelmente abusador, emocional, senão físico), ela enfraquece ainda mais sua psiquê e a esquisofrenia toma conta da cena.
    No hospital ela é medicada, então não vê mais a “entidade”, nem ouve as vozes de comando, mas algum tempo fora e sem medicação, ela volta a matar e busca completar a oferenda.
    O que não esperava era que a escola estivesse fechada e o padre não a estava mais esperando. De nada adiantaria o pacto de sangue, se o objeto desejado já não se encontrava mais a disposição.

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    1. Concordo com essa explicação… Kat era extremamente carente, o que fica claro no início do filme, na reação dela à viagem do padre
      Sozinha e desesperada por atenção, acredita que voltar a matar irá trazer sua companhia de volta

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  5. Perfeitas explicações.... Minha visão ficou ainda mais clara depois dos comentários...

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