Eu já conhecia o (bom) trabalho de Marcos DeBrito no cinema. Como roteirista e co-diretor do divertido slasher Condado Macabro (2015), mas O Escravo de Capela foi o meu primeiro contato com DeBrito romancista. E devo dizer que não me decepcionei.
Publicado recentemente pela Faro Editorial, esse é o terceiro romance do escritor catarinense, que já havia lançado o livro de lobisomens À Sombra da Lua, pela editora Rocco, em 2013, e Condado Macabro, uma novelização do filme homônimo, lançado por um pequeno selo em 2015.
Em seu novo romance, DeBrito viaja até o Brasil de fins do século XVIII, para inventar uma origem para a lenda do saci-pererê. Na verdade, DeBrito usa o personagem mitológico apenas como uma âncora para criar uma nova e assustadora origem para a lenda.
Na fazenda de Capela, em 1792, enquanto a família Cunha Vasconcelos luta para manter sua propriedade economicamente rentável, chega um novo escravo congolês chamado Sabola Citiwala. O negro banto é um espírito indomável que não quer se curvar a senhores brancos.
Mas o filho do senhor, Antonio Segundo, fará de tudo para que o novo escravo entre na linha e se submeta às regras de Capela.
Já dá para imaginar que Sabola não terá um fim muito agradável, mas é justamente a partir daí que DeBrito começa a criar uma nova versão para o surgimento do saci-pererê. Cada característica do personagem mitológico tem uma explicação dada pelo autor. Desde a perna amputada, até o gorro vermelho.
Mas um alerta: o saci de DeBrito é um pouco mais macabro do que o moleque malandro e arteiro do nosso folclore.
O autor também cria uma origem alternativa para a lenda da mula-sem-cabeça, que faz um par funesto com o saci.
DeBrito tem um estilo elegante de escrita, que, apesar de usar um vocabulário rebuscado, possui uma sintaxe simples, o que permite uma fluidez na leitura. Em relação à trama, o autor consegue arrumar espaço não só para o horror cru e sanguinolento, como também para o terror sobrenatural e para dramas familiares e romances.
O Escravo de Capela guarda alguns segredos que só vão sendo revelados no final do livro, como por exemplo, o que aconteceu com a matriarca dos Cunha Vasconcelos e que mistérios guarda Akili, um escravo inválido que passa seus dias deitado na senzala escura, mas que os outros escravos temem.
A faceta dramática, que envolve um romance proibido e uma tragédia familiar, é tão empolgante quanto o terror que DeBrito nos apresenta em cerca de 280 páginas. Recomendável para quem gosta de terror envolvendo o folclore nacional e para quem gosta de gore.
Publicado recentemente pela Faro Editorial, esse é o terceiro romance do escritor catarinense, que já havia lançado o livro de lobisomens À Sombra da Lua, pela editora Rocco, em 2013, e Condado Macabro, uma novelização do filme homônimo, lançado por um pequeno selo em 2015.
Em seu novo romance, DeBrito viaja até o Brasil de fins do século XVIII, para inventar uma origem para a lenda do saci-pererê. Na verdade, DeBrito usa o personagem mitológico apenas como uma âncora para criar uma nova e assustadora origem para a lenda.
Na fazenda de Capela, em 1792, enquanto a família Cunha Vasconcelos luta para manter sua propriedade economicamente rentável, chega um novo escravo congolês chamado Sabola Citiwala. O negro banto é um espírito indomável que não quer se curvar a senhores brancos.
Mas o filho do senhor, Antonio Segundo, fará de tudo para que o novo escravo entre na linha e se submeta às regras de Capela.
Já dá para imaginar que Sabola não terá um fim muito agradável, mas é justamente a partir daí que DeBrito começa a criar uma nova versão para o surgimento do saci-pererê. Cada característica do personagem mitológico tem uma explicação dada pelo autor. Desde a perna amputada, até o gorro vermelho.
Mas um alerta: o saci de DeBrito é um pouco mais macabro do que o moleque malandro e arteiro do nosso folclore.
O autor também cria uma origem alternativa para a lenda da mula-sem-cabeça, que faz um par funesto com o saci.
DeBrito tem um estilo elegante de escrita, que, apesar de usar um vocabulário rebuscado, possui uma sintaxe simples, o que permite uma fluidez na leitura. Em relação à trama, o autor consegue arrumar espaço não só para o horror cru e sanguinolento, como também para o terror sobrenatural e para dramas familiares e romances.
O Escravo de Capela guarda alguns segredos que só vão sendo revelados no final do livro, como por exemplo, o que aconteceu com a matriarca dos Cunha Vasconcelos e que mistérios guarda Akili, um escravo inválido que passa seus dias deitado na senzala escura, mas que os outros escravos temem.
A faceta dramática, que envolve um romance proibido e uma tragédia familiar, é tão empolgante quanto o terror que DeBrito nos apresenta em cerca de 280 páginas. Recomendável para quem gosta de terror envolvendo o folclore nacional e para quem gosta de gore.
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