Cesar Bravo é, sem dúvida alguma, um dos principais nomes da literatura de horror no Brasil na atualidade. Autor de vários de contos e de alguns romances, ele construiu sua carreira de forma independente, vendendo suas obras em e-book na Amazon.
Farmacêutico por formação, Cesar está vivendo atualmente o sonho de qualquer escritor: viver somente da escrita. Um de seus trabalhos mais recentes é o livro Ultra Carnem, publicado no final do ano passado pela queridinha dos fãs de terror e fantasia, a Editora DarkSide, a principal editora do gênero no país.
Conhecido por sua simpatia e por sua interação com os fãs nas redes sociais, esse "alquimista do horror" bateu um papo rápido (e meio psicodélico, ou seria psicotrópico) com o FICÇÃO TERROR.
Veja e entrevista:
FT: Você é farmacêutico por formação. Você exerce a profissão? Você gosta de ser farmacêutico ou se arrepende de ter se formado nessa área?
CB: Exerci a profissão até bem pouco tempo. Atualmente, estou trabalhando somente com a escrita (não sei bem quanto tempo essa mágica irá durar, tendo em vista a situação econômica de nosso país, mas está sendo fantástico). Eu gosto de Farmácia, mas já gostei bem mais. O problema é que todas as profissões mudam com o passar dos anos, assim como nós mudamos. Se o profissional não continua apaixonado pelo que faz, é melhor escolher outra área. Foi o que aconteceu comigo. Quanto a arrependimentos, achou um ponto perigoso. De onde estamos hoje, é comum um sentimento de “perder tempo” quando olhamos para trás, mas a verdade é que tudo vem no momento certo.
FT: Você já escreveu sob efeito de fármacos? Digo, daqueles que alteram a consciência?
CB: Algumas vezes (risos). Tempos atrás, precisei tomar medicação para tratar um pico de estresse. Para dizer a verdade, não senti grandes diferenças no processo de escrita em si. O que me surpreendeu foi a segunda leitura — eu não me lembrava de boa parte do que tinha escrito.
FT: Do que você tem mais medo? De passar o resto da vida dependendo de remédios ou sendo assombrado por uma entidade maligna?
Essa é difícil! O problema com os remédios, é que depois de muito tempo você não consegue viver sem eles. Creio que eu optaria pela entidade maligna e aproveitaria a experiência para escrever alguns livros sobre o assunto.
FT: Se você tivesse que passar o resto dos seus dias sendo um monstro ou assombrando a Terra, que tipo de monstro/entidade você gostaria de ser? Quem você assombraria?
CB: Eu seria algum tipo de Espírito Primordial, com garras afiadas e dentes de tubarão. Gostaria de arrancar o couro de patrões inescrupulosos, alguns políticos (esse pessoal precisar temer alguma coisa!), ah, e eu não me esqueceria dos abusadores e pedófilos. Pensando bem, se eu quisesse mesmo punir toda essa gente, precisaria ser uma Legião inteira.
FT: Qual foi o momento mais sombrio da sua carreira literária?
CB: Quando todas as portas estavam fechadas. Eu ouvia dos leitores que tinha um material interessante, vendia alguns livros de forma independente, mas ainda enfrentava os olhares incrédulos que me perguntavam no que, diabos, eu estava pensando. Escritor? No Brasil? ‘Por que você não presta um concurso público!?’
É muito difícil levantar dinheiro, escrever, e ainda gastar energia convencendo todo mundo que você dará certo onde muitos falharam. Foi um momento de batalha interna, mas com muita persistência algumas portas se abriram.
FT: Você é um escritor publicado pela principal editora de gênero do país. O que mais falta? Quais são suas ambições?
CB: Minha primeira publicação pela Darkside foi um passo importante. Com a editora, conheci mais sobre o processo de edição, fiz novos amigos e parceiros, tem sido incrível. Mas eu entendo que foi um primeiro passo. Sou um cara que nunca está contente, e que tem a consciência de que uma carreira se constrói aos poucos. Tenho interesse por outros gêneros, cinema, acho que vou continuar produzindo até o final dos meus dias (e depois pretendo encontrar alguém para psicografar meus textos).
FT: Em que você está trabalhando nesse momento? Há algum trabalho já pronto para ser publicado?
CB: Estou escrevendo um novo romance e trabalhando paralelamente alguns contos. Tenho trabalhos finalizados na gaveta, outros em processo de revisão, mas ainda estamos avaliando a possibilidade de uma publicação. Os leitores de terror/horror são bastante exigentes, queremos oferecer um material de qualidade. Termino aqui, caro Vitor! Agradeço demais a oportunidade de conversar com você e seus leitores. Forte Abraço!
Farmacêutico por formação, Cesar está vivendo atualmente o sonho de qualquer escritor: viver somente da escrita. Um de seus trabalhos mais recentes é o livro Ultra Carnem, publicado no final do ano passado pela queridinha dos fãs de terror e fantasia, a Editora DarkSide, a principal editora do gênero no país.
Conhecido por sua simpatia e por sua interação com os fãs nas redes sociais, esse "alquimista do horror" bateu um papo rápido (e meio psicodélico, ou seria psicotrópico) com o FICÇÃO TERROR.
Veja e entrevista:
FT: Você é farmacêutico por formação. Você exerce a profissão? Você gosta de ser farmacêutico ou se arrepende de ter se formado nessa área?
CB: Exerci a profissão até bem pouco tempo. Atualmente, estou trabalhando somente com a escrita (não sei bem quanto tempo essa mágica irá durar, tendo em vista a situação econômica de nosso país, mas está sendo fantástico). Eu gosto de Farmácia, mas já gostei bem mais. O problema é que todas as profissões mudam com o passar dos anos, assim como nós mudamos. Se o profissional não continua apaixonado pelo que faz, é melhor escolher outra área. Foi o que aconteceu comigo. Quanto a arrependimentos, achou um ponto perigoso. De onde estamos hoje, é comum um sentimento de “perder tempo” quando olhamos para trás, mas a verdade é que tudo vem no momento certo.
FT: Você já escreveu sob efeito de fármacos? Digo, daqueles que alteram a consciência?
CB: Algumas vezes (risos). Tempos atrás, precisei tomar medicação para tratar um pico de estresse. Para dizer a verdade, não senti grandes diferenças no processo de escrita em si. O que me surpreendeu foi a segunda leitura — eu não me lembrava de boa parte do que tinha escrito.
FT: Do que você tem mais medo? De passar o resto da vida dependendo de remédios ou sendo assombrado por uma entidade maligna?
Essa é difícil! O problema com os remédios, é que depois de muito tempo você não consegue viver sem eles. Creio que eu optaria pela entidade maligna e aproveitaria a experiência para escrever alguns livros sobre o assunto.
FT: Se você tivesse que passar o resto dos seus dias sendo um monstro ou assombrando a Terra, que tipo de monstro/entidade você gostaria de ser? Quem você assombraria?
CB: Eu seria algum tipo de Espírito Primordial, com garras afiadas e dentes de tubarão. Gostaria de arrancar o couro de patrões inescrupulosos, alguns políticos (esse pessoal precisar temer alguma coisa!), ah, e eu não me esqueceria dos abusadores e pedófilos. Pensando bem, se eu quisesse mesmo punir toda essa gente, precisaria ser uma Legião inteira.
FT: Qual foi o momento mais sombrio da sua carreira literária?
CB: Quando todas as portas estavam fechadas. Eu ouvia dos leitores que tinha um material interessante, vendia alguns livros de forma independente, mas ainda enfrentava os olhares incrédulos que me perguntavam no que, diabos, eu estava pensando. Escritor? No Brasil? ‘Por que você não presta um concurso público!?’
É muito difícil levantar dinheiro, escrever, e ainda gastar energia convencendo todo mundo que você dará certo onde muitos falharam. Foi um momento de batalha interna, mas com muita persistência algumas portas se abriram.
FT: Você é um escritor publicado pela principal editora de gênero do país. O que mais falta? Quais são suas ambições?
CB: Minha primeira publicação pela Darkside foi um passo importante. Com a editora, conheci mais sobre o processo de edição, fiz novos amigos e parceiros, tem sido incrível. Mas eu entendo que foi um primeiro passo. Sou um cara que nunca está contente, e que tem a consciência de que uma carreira se constrói aos poucos. Tenho interesse por outros gêneros, cinema, acho que vou continuar produzindo até o final dos meus dias (e depois pretendo encontrar alguém para psicografar meus textos).
FT: Em que você está trabalhando nesse momento? Há algum trabalho já pronto para ser publicado?
CB: Estou escrevendo um novo romance e trabalhando paralelamente alguns contos. Tenho trabalhos finalizados na gaveta, outros em processo de revisão, mas ainda estamos avaliando a possibilidade de uma publicação. Os leitores de terror/horror são bastante exigentes, queremos oferecer um material de qualidade. Termino aqui, caro Vitor! Agradeço demais a oportunidade de conversar com você e seus leitores. Forte Abraço!
Comentários
Postar um comentário