CELULAR (2016): Um olhar sobre o filme

Celular (Cell, 2016) é um filme de zumbis baseado no romance homônimo de Stephen King, publicado originalmente em 2006. Anunciado há quase dez anos, a produção enfrentou vários problemas, que, inclusive, adiaram o seu lançamento várias vezes (como o próprio blog noticiou).

Clay (John Cusack), um autor de histórias em quadrinho tira a sorte grande, quando vende os direitos de seu trabalho para uma grande empresa. Ainda no aeroporto de Boston, logo depois de telefonar para sua ex-mulher e seu filho, a bateria de seu celular acaba.

Enquanto ele procura por um lugar para recarregar o aparelho, algo acontece e as pessoas que estavam com o telefone celular no ouvido se tornam criaturas violentas e irracionais. Um estranho sinal sonoro saído de todos os celulares do mundo transforma as pessoas em zumbis sanguinários.

Assustado, Clay inicialmente tenta fugir do caos e se manter vivo. Ao entrar no metrô, ele percebe que o veículo está paralisado e resolve buscar um lugar seguro, com a ajuda do maquinista Tom (Samuel L. Jackson).

Ao chegar a salvo em casa, Clay decide que precisa encontrar seu filho e sua ex-mulher no estado vizinho de New Hampshire.

E como em qualquer história de terror apocalíptico, Clay forma um grupinho para tentar procurar alguém e chegar em um lugar seguro. A história toda se desenvolve nessa tentativa do grupo de alcançar esses objetivos enquanto se esquiva de zumbis sanguinários que, como se descobre ao longo do filme, se reúnem em bandos (como abelhas) e têm poderes telepáticos.

É um filme de zumbi como qualquer outro, mesmo que o enredo da história seja um pouco mais elaborada e faça uma crítica aberta à sociedade atual, que vive refém de aparelhos celulares e da internet.

A coisa mais assustadora do filme talvez seja o som de modem (quem viveu na época da internet discada sabe do que estou falando) que sai da boca dos "phoners" (como são chamados os infectados pelos celulares).

Espere os tradicionais sustos com aparições repentinas e com as "inesperadas" transformações das pessoas em zumbis.

A premissa é razoável (e até original dentro do subgênero zumbi), mas o filme não traz nada de muito diferente ou de inovador. É apenas um filme honesto, sem grandes méritos.

E, como o enredo é relativamente complexo para um filme de menos de duas horas, a sensação que dá é a de que a história é corrida e mal explorada. Em seu trajeto rumo ao destino final, o grupo vai parando em vários locais e se encontra com pessoas novas. Em cada parada, eles recebem novas informações sobre os zumbis.

Mas, mesmo com todas as explicações, o filme termina com muita coisa mal explicada (por exemplo, o tal "Presidente da internet", que seria um zumbi chefe capaz de se comunicar com os humanos através de seus subconscientes).

Eu gostei bastante do final, porque é bem dark, da forma como um bom filme de terror tem que ser (para mim, histórias de terror não combinam com finais felizes). Apesar disso, ele também carece um pouco de explicação e abre espaço para diversas interpretações.

Uma curiosidade: Stephen King ajudou a escrever o roteiro e teria mudado o final do livro depois que seus fãs reclamaram.

AVALIAÇÃO GERAL: Regular
NÍVEL DE TERROR: Médio
O QUE ESPERAR: Zumbis, sustos e violência



DADOS DO FILME
Título original: Cell
Subgênero: Apocalíptico/Zumbi/Sci-fi
Direção: Tod Williams
Ano: 2016
País: EUA
Duração: 98 min.