Poker com o Diabo, de Ítalo Guimarães, foi publicado em 2016 pela Editora Garcia. Trata-se de um drama sombrio, que envolve terror com crítica social e julgamentos morais (que carregam uma forte percepção pessoal do narrador da história).
A premissa não é nova. Assim como em clássicos da língua portuguesa Auto da Barca do Inferno (obra em que o autor diz ter se baseado) e O Auto da Compadecida, almas são apresentadas a um juiz sobrenatural (no caso do livro de Ítalo, o diabo) para serem julgadas por suas ações durante a vida.
No caso de Poker com o Diabo, o príncipe das trevas convida cinco almas que já estão no inferno para o desafiarem em partidas de pôquer de um-contra-um. Quem vencê-lo na partida poderá deixar o inferno e ir para o céu. Quem perder passará a eternidade sendo punido ainda de forma mais agonizante.
A própria ideia de jogar (cartas ou não) com o demônio não é nova, tendo sido abordada em inúmeras ocasiões na cultura popular (em músicas, filmes e seriados).
O jogo de pôquer imaginado por Ítalo Guimarães, no entanto, não é aleatório e os jogadores não podem contar com a sorte. As cartas são boas ou ruins dependendo de se a pessoa foi boa ou ruim em vida. Logo, o jogo é apenas uma desculpa para que o diabo se divirta às custas daquelas almas.
Apesar da história lidar com muitos clichês, como o "jogo com o diabo", um juízo moral pouco convincente e uma escolha não tão boa de personagens (o agiota, a aproveitadora, a parteira que aborta, o pastor cristão ambicioso e um policial), sua narrativa é muito boa.
A história flui muito bem e, no final, Ítalo consegue trazer um drama pessoal interessante para coroar seu conto e se redimir um pouco dos clichês utilizados ao longo do livro. É possível ver que Ítalo tem talento para contar uma boa história.
Apesar de ser um texto que não tem o terror como o ingrediente principal (mas, sim a crítica social), há várias cenas macabras que fazem qualquer fã do horror se deliciar. A própria ideia de jogar pela redenção ou pela agonia eterna dão medo em qualquer um.
Outra coisa que eu achei interessante é a ideia de usar a história para explicar o jogo de pôquer para quem não entende nada do jogo. Antes da história, há uma pequena introdução com as regras.
Além disso, ele utiliza as figuras de cartas para complementar seu texto, em vez de apenas ilustrar. Em vez de dizer que a carta apresentada é um ás de espadas, ele mostra apenas a figura. Isso torna o livro mais fácil de ser lido, principalmente para quem, como eu, tem apenas uma ligeira ideia do que seja pôquer ou que não entenda nada disso.
Leitura recomendável!
A premissa não é nova. Assim como em clássicos da língua portuguesa Auto da Barca do Inferno (obra em que o autor diz ter se baseado) e O Auto da Compadecida, almas são apresentadas a um juiz sobrenatural (no caso do livro de Ítalo, o diabo) para serem julgadas por suas ações durante a vida.
No caso de Poker com o Diabo, o príncipe das trevas convida cinco almas que já estão no inferno para o desafiarem em partidas de pôquer de um-contra-um. Quem vencê-lo na partida poderá deixar o inferno e ir para o céu. Quem perder passará a eternidade sendo punido ainda de forma mais agonizante.
A própria ideia de jogar (cartas ou não) com o demônio não é nova, tendo sido abordada em inúmeras ocasiões na cultura popular (em músicas, filmes e seriados).
O jogo de pôquer imaginado por Ítalo Guimarães, no entanto, não é aleatório e os jogadores não podem contar com a sorte. As cartas são boas ou ruins dependendo de se a pessoa foi boa ou ruim em vida. Logo, o jogo é apenas uma desculpa para que o diabo se divirta às custas daquelas almas.
Apesar da história lidar com muitos clichês, como o "jogo com o diabo", um juízo moral pouco convincente e uma escolha não tão boa de personagens (o agiota, a aproveitadora, a parteira que aborta, o pastor cristão ambicioso e um policial), sua narrativa é muito boa.
A história flui muito bem e, no final, Ítalo consegue trazer um drama pessoal interessante para coroar seu conto e se redimir um pouco dos clichês utilizados ao longo do livro. É possível ver que Ítalo tem talento para contar uma boa história.
Apesar de ser um texto que não tem o terror como o ingrediente principal (mas, sim a crítica social), há várias cenas macabras que fazem qualquer fã do horror se deliciar. A própria ideia de jogar pela redenção ou pela agonia eterna dão medo em qualquer um.
Outra coisa que eu achei interessante é a ideia de usar a história para explicar o jogo de pôquer para quem não entende nada do jogo. Antes da história, há uma pequena introdução com as regras.
Além disso, ele utiliza as figuras de cartas para complementar seu texto, em vez de apenas ilustrar. Em vez de dizer que a carta apresentada é um ás de espadas, ele mostra apenas a figura. Isso torna o livro mais fácil de ser lido, principalmente para quem, como eu, tem apenas uma ligeira ideia do que seja pôquer ou que não entenda nada disso.
Leitura recomendável!