Entrevista com o autor de CAIXA DE PÁSSAROS, Josh Malerman

Músico e escritor, Josh Malerman fala sobre o sucesso de Caixa de Pássaros e sobre seus dois novos romances

Um músico que encontrou seu lugar na literatura, Josh Malerman é, sem dúvida, um talento da literatura sombria norte-americana. Lançado em 2015, seu primeiro livro, Caixa de Pássaros mostra sobre um mundo pós-apocalíptico em que as pessoas enlouquecem e se matam ao olhar criaturas misteriosas que se espalharam pelo planeta. 

Aqueles que desejam sobreviver só conseguem fazer isso se fecharem os olhos sempre que forem para as ruas, o que significa viver como cegos. O livro foi um sucesso absoluto e, no mesmo ano, a editora brasileira Intrínseca decidiu  publicá-lo no Brasil. A gigante do cinema Universal Studios também resolveu investir na história e comprou os direitos cinematográficos da obra.

Em uma rápida entrevista por mensagens instantâneas, Josh Malerman falou um pouco sobre o sucesso de seu livro de estreia e sobre seus dois novos romances de terror, que serão publicados neste ano. Veja a entrevista:



FT: Vamos começar com a pergunta mais importante: com que se parecem as criaturas de Caixa de Pássaros? Como elas são?
JM: Hahahahaha... Para essa pergunta, você vai ganhar um rotundo: Quem sabe?! Eu sei tanto quanto a Mallory (protagonista do livro que nunca viu as criaturas). 

FT: Caixa de Pássaros foi seu primeiro romance, que foi absolutamente bem sucedido. Você foi publicado por um grupo editorial gigante (a Harper Collins), recebeu ótimas críticas, uma indicação para o prêmio Bram Stoker, foi publicado em vários países, como o Brasil, e ainda vendeu seus direitos para a produção de um filme para outra gigante, a Universal Studios. Você esperava um sucesso tão contundente em sua estreia na literatura?

JM: Seria pomposo dizer que eu sabia que tudo aconteceria exatamente assim. Apesar disso, essa foi exatamente a forma como vislumbrei tudo isso. Por muitos anos, eu vivi numa ilusão, uma falsa realidade em que eu conversava com agentes que não existiam, discutia com editores imaginários e sacava meus livros imaginários das estantes. Então, nesse sentido, eu já vivia essa vida, mas de uma forma imaginária. Então, com o contrato assinado para a publicação do livro, os detalhes da minha ilusão começaram a ser preenchidos. Agora eu conhecia o nome do meu agente, o som da voz do meu editor, as cores verdadeiras da lombada do meu livro. Então, ao mesmo tempo que eu não imaginava esse "sucesso contundente", eu me diverti com a versão fantasiosa dessa realidade muitos anos antes de ela realmente acontecer.

FT: Você esteve aqui no Brasil para a Bienal do Livro de 2015. Como foi sua interação com os fãs brasileiros?
JM: A interação com os fãs brasileiros e com meu editor (no Brasil) foram e são incríveis. Eu ficava virando para a minha noiva Allison e dizendo: "Dá pra acreditar que existem tantas pessoas apaixonadas por livros?". Foi emocionante, de uma forma inimaginável. E a Intrínseca (editora de Mallerman no Brasil) tem sido brilhante. Eles são uma coleção brilhante de pessoas brilhantes. Mal posso esperar pra voltar.

http://www.buscape.com.br/caixa-de-passaros-nao-abra-os-olhos-josh-malerman-8580576520

FT: Já tem alguma novidade sobre a produção do filme de Caixa de Pássaros?
JM: Até agora nada. Universal manteve sua decisão de continuar com o livro em suas mãos, mas não eles não falaram nada sobre avançar na produção do filme. Então... Vamos cruzar os dedos e continuar escrevendo enquanto isso.



FT: Você publicará dois romances neste ano. Um deles é Black Mad Wheel (que sairá também pela Harper Collins). É sobre uma banda que é convocada para pesquisar sobre um som maligno que aparece nos Estados Unidos. Pode falar um pouco mais sobre esse livro e quais são as semelhanças e diferenças para Caixa de Pássaros?
JM: Black Mad Wheel é parecido com Caixa de Pássaros em sua estrutura narrativa e no sentido de que algo assustador está acontecendo. Mas fora isso... eles são completamente diferentes. Estou muito empolgado com a possibilidade de Black Mad Wheel chegar ao Brasil e a outros países. Tem alguns momentos realmente tensos e sinistros e tenho muito orgulho dessa história.

FT: O outro romance é sobre um porco com poder de telepatia (On this the Day of the Pig) que será publicada pela Cemetery Dance. Como surgiu essa ideia? 
JM: On this the Day of the Pig não tem muito a ver com meus outros dois livros e é provavelmente o mais assustador entre os três. É sobre o dia em que Pearl (o porco) descobre que ele tem o poder da telepatia e decide usá-lo. Para esse livro, eu tive uma ideia de um jovem matando um porco em um cercado sem querer fazer isso. Era como se alguém estivesse dentro de sua cabeça mandando-o fazer aquilo. Eu gostei daquela ideia. Então, eu comecei a imaginar um outro porco naquele cercado... sorrindo... e eu percebi... nossa, o porco que estava sorrindo era o responsável por aquilo. Mas por quê? Daí o livro deslanchou.





******

INTERVIEW WITH BIRD BOX AUTHOR, JOSH MALERMAN

FT: Let's start with the most important question: what do the Bird Box creatures look like?
JM: Hahahahaha... That one gets a big fat "Who knows?!" I know as much as Mallory does.

FT: Your first novel (Bird Box) had been really succesful. You’ve been published by a giant publishing house, had good reviews, a Bram Stoker Award nomination, a film-rights purchase by Universal Studios and had also been published in other countries, like Brazil. Did you expect such a resonant debut in literature?
JM: It'd be pompous or something like it to say "I knew this was going to happen exactly this way," and yet it's exactly as I visioned it would go. I lived in a delusion for many years, a false reality in which I spoke with an agent who did not exist, argued with imaginary editors, and pulled my own invisible books off the shelves. So, in a sense, I was living this life already, only in an imaginary way. Then, with the book deal, the details of that delusion began to be filled in. Now I knew my agent's name, the sound of my editor's voice, the actual colors of the book spine. So while I didn't anticipate such a "resonant debut," I frolicked in the fantasy version of this reality for many years before it became so.

FT: You've been here in Brazil for the Bienal do Livro, in 2015. How was the interaction with the brazilian fans? 
JM: The interaction with the Brazilian fans and publisher were/are incredible. I kept turning to my fiancee Allison and saying, "Can you believe so many people are this passionate about books?" It was thrilling in a way I couldn't have imagined. And Intrinseca has been brilliant. They're a brilliant collection of brilliant book people. I can't wait to come back.

FT: Do you have any updates on the production of the Bird Box movie? 
JM: No update on the movies. Universal re-upped their option which means the book is still in their hands, but there's no word on it moving any farther along. So... we shall cross our fingers and keep writing books in the meantime.


FT: You'll be publishing two novels this year. One of them is Black Mad Wheel (by the giant publishing house Harper Collins). It's about a band that's conscripted to research about a malevolent sound. Can you tell a bit about this story? What are the similarities and differences between this novel and Bird Box?
JM: Black Mad Wheel is similar to Bird Box in its narrative structure and in the sense that something very scary is going on. But other than that... they are completely unrelated. I'm very excited for Black Mad Wheel to reach Brazil and beyond. It has some real peaks, some real freaky moments, and I'm very proud of her.


FT: The other novel is about a telephatic pig (On this the Day of the Pig) that will be published by Cemetery Dance. How did you come up this idea? 
JM: On this the Day of the Pig is not much like the other two and it's probably the scariest of the three. It's about the day Pearl (the pig) discovers the telepathic power he has, and decides to use it. For this book I had a brief vision of a young man killing a pig in a pen, without wanting to. As if someone else was inside his head, making him do it. Whatever that vision was, I liked it. Then I started to see this other pig in the pen... smiling... and I realized... oh wow, the pig with the grin on its face made this happen. But why? And from there the book exploded.