Pacto Maligno (Mercy, 2014) é baseado no conto Vovó, publicado em Tripulação de Esqueletos (1985), que eu considero um dos melhores de Stephen King, por trabalhar o medo infantil com maestria. O filme utiliza a premissa básica do conto, mas tem muitas diferenças na forma como a história é contada (e isso faz toda a diferença).
O núcleo da história é o mesmo: uma mãe solteira (e seus dois filhos) precisa cuidar de sua mãe, que apresenta sinais avançados de demência. Por causa de um acidente com o filho mais velho, a mãe precisa ir ao hospital e deixa o filho caçula com a velhinha.
A velhinha esconde um segredo: depois de alguns abortos espontâneos, ela fez um pacto com uma entidade para poder concluir sua gravidez e dar à luz. Mas como todo pacto diabólico, a entidade vem cobrar depois. O interessante é que essa é uma história situada dentro do universo dos mitos de Cthulhu, de H.P. Lovecraft.
As semelhanças entre conto e filme terminam aí. A narrativa de King é muito melhor do que a da dupla Matt Greenberg (roteiro) e Peter Cornwell (direção), apesar do filme se aprofundar mais na história do pacto em si.
No conto de King, o menino sempre teve medo da avó (um medo inexplicável), desde que ele se entende por gente. E essa é a base para que o moleque se borre todo quando é deixado sozinho com a avó moribunda.
Na história original, o menino começa a imaginar histórias sinistras envolvendo sua avó, ao começar a se lembrar de conversas que sua mãe teve com seu tio, sobre o tal pacto. A narrativa de King é genial na medida em que você fica se perguntando se aquele medo todo do moleque é algo que tem fundamento ou se é apenas um medo infantil.
No filme, essa questão do medo infantil, que é o que dá um toque especial ao conto Vovó, simplesmente não existe. Em primeiro lugar, na versão cinematográfica, o menino sempre foi o melhor amigo de sua avó. E ele não tem medo nenhum dela.
O filme investe mais na história do pacto feito pela avó, para poder gerar seus filhos. E, dessa forma, acaba apenas recorrendo a velhos clichês de filmes com enredos semelhantes.
Há algumas boas cenas, como a do menino tentando controlar sua avó, enquanto ela aparentemente começa a surtar na cama. Mas a maior parte da produção recorre a clichês do gênero.
O final também fica muito a dever. Além de parecer ter sido finalizado com pressa, é bem mamão com açúcar. Toda a atmosfera de Pacto Maligno é dark, logo se esperava que o final seguisse a mesma linha. A história de King termina muito melhor do que a do filme.
AVALIAÇÃO GERAL: Regular
NÍVEL DE TERROR: Médio
O QUE ESPERAR: Suspense e clima dark
DADOS DO FILME:
Título Original: Mercy
Direção: Peter Cornwell
Ano: 2014
País: EUA
Duração: 79 minutos
O núcleo da história é o mesmo: uma mãe solteira (e seus dois filhos) precisa cuidar de sua mãe, que apresenta sinais avançados de demência. Por causa de um acidente com o filho mais velho, a mãe precisa ir ao hospital e deixa o filho caçula com a velhinha.
A velhinha esconde um segredo: depois de alguns abortos espontâneos, ela fez um pacto com uma entidade para poder concluir sua gravidez e dar à luz. Mas como todo pacto diabólico, a entidade vem cobrar depois. O interessante é que essa é uma história situada dentro do universo dos mitos de Cthulhu, de H.P. Lovecraft.
As semelhanças entre conto e filme terminam aí. A narrativa de King é muito melhor do que a da dupla Matt Greenberg (roteiro) e Peter Cornwell (direção), apesar do filme se aprofundar mais na história do pacto em si.
No conto de King, o menino sempre teve medo da avó (um medo inexplicável), desde que ele se entende por gente. E essa é a base para que o moleque se borre todo quando é deixado sozinho com a avó moribunda.
Na história original, o menino começa a imaginar histórias sinistras envolvendo sua avó, ao começar a se lembrar de conversas que sua mãe teve com seu tio, sobre o tal pacto. A narrativa de King é genial na medida em que você fica se perguntando se aquele medo todo do moleque é algo que tem fundamento ou se é apenas um medo infantil.
No filme, essa questão do medo infantil, que é o que dá um toque especial ao conto Vovó, simplesmente não existe. Em primeiro lugar, na versão cinematográfica, o menino sempre foi o melhor amigo de sua avó. E ele não tem medo nenhum dela.
O filme investe mais na história do pacto feito pela avó, para poder gerar seus filhos. E, dessa forma, acaba apenas recorrendo a velhos clichês de filmes com enredos semelhantes.
Há algumas boas cenas, como a do menino tentando controlar sua avó, enquanto ela aparentemente começa a surtar na cama. Mas a maior parte da produção recorre a clichês do gênero.
O final também fica muito a dever. Além de parecer ter sido finalizado com pressa, é bem mamão com açúcar. Toda a atmosfera de Pacto Maligno é dark, logo se esperava que o final seguisse a mesma linha. A história de King termina muito melhor do que a do filme.
AVALIAÇÃO GERAL: Regular
NÍVEL DE TERROR: Médio
O QUE ESPERAR: Suspense e clima dark
DADOS DO FILME:
Título Original: Mercy
Direção: Peter Cornwell
Ano: 2014
País: EUA
Duração: 79 minutos