Entrevista com Armando Fonseca e Kapel Furman, diretores de PERCEPÇÃO DO MEDO e apresentadores do Cinelab
Armando Fonseca e Kapel Furman são dois ícones do cinema de baixo orçamento contemporâneo brasileiro. Não apenas porque se acostumaram a produzir com pouco dinheiro, mas também porque são apresentadores do programa Cinelab, exibido no canal de TV paga Universal Channel.
No programa, eles recebem o desafio de produzir curta-metragens ou cenas isoladas de filmes com orçamentos absurdamente baixos. E mostram como fazer isso, utilizando a criatividade e materiais mais baratos.
O Cinelab é, como o próprio nome mostra, um laboratório. Mas Fonseca, Furman e seus parceiros na Infravermelho Filmes não são apenas professores da arte do baixo orçamento. Eles também se viram com poucos recursos para executar suas próprias produções.
Uma delas é o longa metragem Percepção do Medo/Uptake Fear, que teve sua estreia mundial no prestigiado Festival de Cinema Fantástico de Bruxelas (BIFFF), em abril deste ano. O blog FICÇÃO TERROR bateu um papo com a dupla (por email). Confira a entrevista:
FT: Como vocês começaram no cinema e como se conheceram?
KF: Comecei em 1997, enquanto ainda estava na faculdade de cinema, tive a oportunidade de trabalhar como platô [faz-tudo] em alguns longas-metragens e documentários. Paralelo a isso, eu estava desenvolvendo meus projetos de cinema pessoais, como o Manifesto Cinema de Trincheira. Foi aí que comecei a aprender sozinho a fazer efeitos especiais, porque não conhecia ninguém para fazê-los em meu curtas. Em 2000 surgiu uma oportunidade de assumir como cabeça de equipe de efeitos especiais do longa Bellini e a Esfinge (2002). Bom...a equipe era eu, mas ainda assim para mim foi uma grande responsabilidade. Depois disso, a carreira fazendo efeitos ganhou da de produtor de set e hoje estou com 51 longas no currículo. Sempre continuei com os projetos independentes de cinema junto a isso. Em 2008, comecei a trabalhar com o Raphael Borghi e, em 2009, depois de rodarmos meu primeiro longa, o Pólvora Negra (2011), começamos a trabalhar no curta do Raphael, o Desalmados - O Vírus (2012). Foi onde conheci o Armando.
AF: Eu formei em publicidade na faculdade em Brasília, mas acabei fazendo o curso de cinema também. Quando estudante, eu fazia filmes que eram premiados em festivais pelo Brasil. Daí vi que alguém, além de mim, assistiria a tudo o que eu filmava. Mudei-me pra São Paulo em 2009 e já comecei a rodar videoclipes e curtas com amigos. Foi aí que conheci o Borghi e o Kapel. Desde o começo, já dava pra sacar que nós partilhávamos das mesmas referências. Acabou que viramos sócios e trabalhamos juntos nos filmes.
FT: Muitas pessoas conhecem o trabalho de vocês por seu programa no Universal Channel, o Cinelab. Como surgiu a ideia de fazer o programa?
KF: Sim, o legal do Cinelab é que o programa atinge um público diversificado, que nos permite trocar bastante ideias e sair da zona de conforto. O conceito do programa surgiu em 2012. A produtora do programa, a Boutique, entrou em contato comigo para conversar a respeito de um programa sobre efeitos especiais, apresentei então para eles o Raphael e o Armando, e mostramos alguns making-ofs de nossos sets. Com isso como base, a Boutique desenvolveu o formato do programa.
AF: Ah, o Cinelab dá espaço pra gente poder fazer filmes com efeitos muito malucos. É bem divertido poder ver que a galera que curte assistir esse tipo de filme também pode ela mesma fazer seus próprios filmes.
FT: O programa já teve duas temporadas. Haverá uma nova temporada?
KF: Sim, estamos começando a rodar a terceira temporada agora.
FT: Quando vocês definem um novo projeto, seja o programa, um longa ou um curta, como vocês dividem as tarefas e decidem qual de vocês vai ser o roteirista, diretor, produtor, ator?
KF: A gente procura trabalhar sempre junto, principalmente produzindo. Mesmo que um tenha escrito o roteiro e vá ser o diretor, há sempre colaboração mútua, inclusive porque a gente sabe que ninguém aqui é genial e dono de toda sabedoria artística. Então, temos liberdade de poder falar “isso está uma droga” sem ninguém ficar ofendido. Aliás, há uma cobrança para criticas construtivas sinceras. Sem elas, não tem como evoluir.
AF: A gente acaba sempre "trampando" junto nos nossos próprios filmes, porque confiamos bastante um no outro. Daí, cada projeto tem suas características que faz com que um de nós fique mais envolvido só com a direção, ou só com a finalização, ou só com efeitos. Tentamos nos organizar e nos distribuir em cada projeto com a intenção de cobrir todos os aspectos da obra. Já que nós precisamos ser críticos de nós mesmo, dá pra confiar que a opinião de todos tenha que ser levada em conta.
FT: O filme de vocês, Percepção do Medo/Uptake Fear, foi selecionado para o Festival Internacional de Cinema Fantástico de Bucheon, na Coreia, depois de já ter passado por outros festivais importantes como o Festival de Bruxelas. Como tem sido a recepção do filme nesses festivais?
KF: O BIFFF foi oficialmente a première mundial do filme. Em 2015, ele existia como um projeto de vídeo-arte experimental. Inclusive o Fantaspoa [Festival de Cinema Fantástico de Porto Alegre, o maior do gênero no país] é coprodutor, mas o filme passou em uma sessão paralela no Santander Cultural e não no Festival do Fantaspoa. Após a sessão do Santander, começamos a trabalhar nele focando em transformá-lo em um longa. O filme foi selecionado para o "Bloody Work in Progress" do Blood Window [plataforma de promoção de talentos latinoamericanos do cinema fantástico]. Em 2016, tivemos o corte final de 81 minutos, com uma finalização de pós-produção adequada. O legal de festivais pelo mundo é que dá para entender como cada povo recebe o filme do forma diferente.
AF: O mais interessante é poder assistir a video reviews, as resenhas escritas sobre o longa. Já que Percepção do Medo não é um filme tradicional, a recepção de cada povo sobre conceitos tão locais vira uma análise com um viés de entretenimento. Espero em breve poder participar de exibições do filme aqui no Brasil e ver como a galera reage.
FT: Vocês poderiam falar um pouco sobre o filme e sobre os desafios de produzi-lo e filmá-lo?
KF: O filme nasceu como um projeto de cinema experimental em 2015. A ideia era saber se era possível que filmes produzidos separados, por diretores separados, em cidades separadas, se conectassem em um longa contínuo, sem ser uma antologia. O diferencial é que estariam sob um mesmo tema unificador: “Os medos e fobias que pressionam o cidadão nas sociedades pós-modernas das metrópoles”. Nosso orçamento poderia ser considerado micro. Talvez isso tenha sido um dos maiores desafios, principalmente porque temos a premissa de sempre pagar todo mundo por seu trabalho, mesmo que pouco. Tentamos ser justos. Felizmente, o filme contou com o apoio e talento de profissionais, atores e técnicos excelentes. Então, o maior desafio continuou sendo o de tentar fazer um filme que apresente uma proposta nova - pelo menos pra gente -, fora da nossa zona de conforto e [diferente] do que havíamos já feito antes.
AF: O roteiro do filme foi construído com base no que seria alcançável por nós em termos de produção. Manter o protagonista o mesmo durante o filme todo, mas mudar a forma e o local onde ele se encontra foi um desafio de linguagem para poder mostrar a construção do que vem a ser um psicopata. Equipe reduzida, mas uma equipe unida e dedicada a realizar o melhor da diária foi crucial para podermos rodar o longa. Filmagens em São Paulo e Brasília e o uso de várias locações e veículos em apenas poucos dias de filmagens extrapola um pouco o cinema de guerrilha (risos).
FT: No Cinelab, vocês trabalham com um orçamento muito apertado para produzir um curta ou uma cena de ação. Foi assim também com Percepção do Medo/Uptake Fear?
KF: Pode-se dizer que o Cinelab é baseado no nosso dia a dia de trabalho nos nossos sets. Temos que produzir assim porque, infelizmente, não temos dinheiro. Daí, todos têm que saber um pouco de cada função e executá-la se for necessário. Está longe do ideal, seria maravilhoso poder focar só na parte de direção e criação, mas pra gente acaba sendo um aprendizado sem parar.
AF: O Cinelab é um espelho do que realizamos no set de um filme nosso, nós sempre vamos atrás dos melhores recursos disponíveis pra poder contar uma história, seja com efeitos ou não. Mas como os recursos são bem limitados, nós temos que, por vezes, adaptar ou mudar um pouco do que estava planejado para podermos rodar o filme até o fim.
FT: Percepção do Medo/Uptake Fear já tem data para lançamento em cinemas, on demand ou DVD? Já há negociação com alguma distribuidora?
KF: Ainda não, mas contamos com a distribuição da Moro Filmes, uma distribuidora do Paraná que está focando seus esforços na produção nacional de cinema fantástico.
FT: Vocês têm um projeto em andamento chamado Desalmados, um filme de zumbis pós-apocalíptico. Como anda o projeto? Já tem alguma previsão de conclusão/lançamento?
KF: O processo é lento, e como é lento...
AF: O longa Desalmados participou do pitching em Blood Window Ventana Sur em Buenos Aires, assim como o projeto foi apresentado no Fantastic Market no Fantastic Fest em Austin, nos Estados Unidos. No Brasil, no mês passado, fomos habilitados a captar orçamento com o ProAC ICMS, que é o fundo onde todas as produções do Estado vão buscar recursos. Seguindo o lento caminho natural das produções no Brasil de aguardar recursos públicos, nós também estamos negociando investimentos nacionais e estrangeiros mais diretos no filme. We are open for business (risos).
No programa, eles recebem o desafio de produzir curta-metragens ou cenas isoladas de filmes com orçamentos absurdamente baixos. E mostram como fazer isso, utilizando a criatividade e materiais mais baratos.
O Cinelab é, como o próprio nome mostra, um laboratório. Mas Fonseca, Furman e seus parceiros na Infravermelho Filmes não são apenas professores da arte do baixo orçamento. Eles também se viram com poucos recursos para executar suas próprias produções.
Uma delas é o longa metragem Percepção do Medo/Uptake Fear, que teve sua estreia mundial no prestigiado Festival de Cinema Fantástico de Bruxelas (BIFFF), em abril deste ano. O blog FICÇÃO TERROR bateu um papo com a dupla (por email). Confira a entrevista:
FT: Como vocês começaram no cinema e como se conheceram?
KF: Comecei em 1997, enquanto ainda estava na faculdade de cinema, tive a oportunidade de trabalhar como platô [faz-tudo] em alguns longas-metragens e documentários. Paralelo a isso, eu estava desenvolvendo meus projetos de cinema pessoais, como o Manifesto Cinema de Trincheira. Foi aí que comecei a aprender sozinho a fazer efeitos especiais, porque não conhecia ninguém para fazê-los em meu curtas. Em 2000 surgiu uma oportunidade de assumir como cabeça de equipe de efeitos especiais do longa Bellini e a Esfinge (2002). Bom...a equipe era eu, mas ainda assim para mim foi uma grande responsabilidade. Depois disso, a carreira fazendo efeitos ganhou da de produtor de set e hoje estou com 51 longas no currículo. Sempre continuei com os projetos independentes de cinema junto a isso. Em 2008, comecei a trabalhar com o Raphael Borghi e, em 2009, depois de rodarmos meu primeiro longa, o Pólvora Negra (2011), começamos a trabalhar no curta do Raphael, o Desalmados - O Vírus (2012). Foi onde conheci o Armando.
AF: Eu formei em publicidade na faculdade em Brasília, mas acabei fazendo o curso de cinema também. Quando estudante, eu fazia filmes que eram premiados em festivais pelo Brasil. Daí vi que alguém, além de mim, assistiria a tudo o que eu filmava. Mudei-me pra São Paulo em 2009 e já comecei a rodar videoclipes e curtas com amigos. Foi aí que conheci o Borghi e o Kapel. Desde o começo, já dava pra sacar que nós partilhávamos das mesmas referências. Acabou que viramos sócios e trabalhamos juntos nos filmes.
FT: Muitas pessoas conhecem o trabalho de vocês por seu programa no Universal Channel, o Cinelab. Como surgiu a ideia de fazer o programa?
KF: Sim, o legal do Cinelab é que o programa atinge um público diversificado, que nos permite trocar bastante ideias e sair da zona de conforto. O conceito do programa surgiu em 2012. A produtora do programa, a Boutique, entrou em contato comigo para conversar a respeito de um programa sobre efeitos especiais, apresentei então para eles o Raphael e o Armando, e mostramos alguns making-ofs de nossos sets. Com isso como base, a Boutique desenvolveu o formato do programa.
AF: Ah, o Cinelab dá espaço pra gente poder fazer filmes com efeitos muito malucos. É bem divertido poder ver que a galera que curte assistir esse tipo de filme também pode ela mesma fazer seus próprios filmes.
FT: O programa já teve duas temporadas. Haverá uma nova temporada?
KF: Sim, estamos começando a rodar a terceira temporada agora.
FT: Quando vocês definem um novo projeto, seja o programa, um longa ou um curta, como vocês dividem as tarefas e decidem qual de vocês vai ser o roteirista, diretor, produtor, ator?
KF: A gente procura trabalhar sempre junto, principalmente produzindo. Mesmo que um tenha escrito o roteiro e vá ser o diretor, há sempre colaboração mútua, inclusive porque a gente sabe que ninguém aqui é genial e dono de toda sabedoria artística. Então, temos liberdade de poder falar “isso está uma droga” sem ninguém ficar ofendido. Aliás, há uma cobrança para criticas construtivas sinceras. Sem elas, não tem como evoluir.
AF: A gente acaba sempre "trampando" junto nos nossos próprios filmes, porque confiamos bastante um no outro. Daí, cada projeto tem suas características que faz com que um de nós fique mais envolvido só com a direção, ou só com a finalização, ou só com efeitos. Tentamos nos organizar e nos distribuir em cada projeto com a intenção de cobrir todos os aspectos da obra. Já que nós precisamos ser críticos de nós mesmo, dá pra confiar que a opinião de todos tenha que ser levada em conta.
FT: O filme de vocês, Percepção do Medo/Uptake Fear, foi selecionado para o Festival Internacional de Cinema Fantástico de Bucheon, na Coreia, depois de já ter passado por outros festivais importantes como o Festival de Bruxelas. Como tem sido a recepção do filme nesses festivais?
KF: O BIFFF foi oficialmente a première mundial do filme. Em 2015, ele existia como um projeto de vídeo-arte experimental. Inclusive o Fantaspoa [Festival de Cinema Fantástico de Porto Alegre, o maior do gênero no país] é coprodutor, mas o filme passou em uma sessão paralela no Santander Cultural e não no Festival do Fantaspoa. Após a sessão do Santander, começamos a trabalhar nele focando em transformá-lo em um longa. O filme foi selecionado para o "Bloody Work in Progress" do Blood Window [plataforma de promoção de talentos latinoamericanos do cinema fantástico]. Em 2016, tivemos o corte final de 81 minutos, com uma finalização de pós-produção adequada. O legal de festivais pelo mundo é que dá para entender como cada povo recebe o filme do forma diferente.
AF: O mais interessante é poder assistir a video reviews, as resenhas escritas sobre o longa. Já que Percepção do Medo não é um filme tradicional, a recepção de cada povo sobre conceitos tão locais vira uma análise com um viés de entretenimento. Espero em breve poder participar de exibições do filme aqui no Brasil e ver como a galera reage.
FT: Vocês poderiam falar um pouco sobre o filme e sobre os desafios de produzi-lo e filmá-lo?
KF: O filme nasceu como um projeto de cinema experimental em 2015. A ideia era saber se era possível que filmes produzidos separados, por diretores separados, em cidades separadas, se conectassem em um longa contínuo, sem ser uma antologia. O diferencial é que estariam sob um mesmo tema unificador: “Os medos e fobias que pressionam o cidadão nas sociedades pós-modernas das metrópoles”. Nosso orçamento poderia ser considerado micro. Talvez isso tenha sido um dos maiores desafios, principalmente porque temos a premissa de sempre pagar todo mundo por seu trabalho, mesmo que pouco. Tentamos ser justos. Felizmente, o filme contou com o apoio e talento de profissionais, atores e técnicos excelentes. Então, o maior desafio continuou sendo o de tentar fazer um filme que apresente uma proposta nova - pelo menos pra gente -, fora da nossa zona de conforto e [diferente] do que havíamos já feito antes.
AF: O roteiro do filme foi construído com base no que seria alcançável por nós em termos de produção. Manter o protagonista o mesmo durante o filme todo, mas mudar a forma e o local onde ele se encontra foi um desafio de linguagem para poder mostrar a construção do que vem a ser um psicopata. Equipe reduzida, mas uma equipe unida e dedicada a realizar o melhor da diária foi crucial para podermos rodar o longa. Filmagens em São Paulo e Brasília e o uso de várias locações e veículos em apenas poucos dias de filmagens extrapola um pouco o cinema de guerrilha (risos).
FT: No Cinelab, vocês trabalham com um orçamento muito apertado para produzir um curta ou uma cena de ação. Foi assim também com Percepção do Medo/Uptake Fear?
KF: Pode-se dizer que o Cinelab é baseado no nosso dia a dia de trabalho nos nossos sets. Temos que produzir assim porque, infelizmente, não temos dinheiro. Daí, todos têm que saber um pouco de cada função e executá-la se for necessário. Está longe do ideal, seria maravilhoso poder focar só na parte de direção e criação, mas pra gente acaba sendo um aprendizado sem parar.
AF: O Cinelab é um espelho do que realizamos no set de um filme nosso, nós sempre vamos atrás dos melhores recursos disponíveis pra poder contar uma história, seja com efeitos ou não. Mas como os recursos são bem limitados, nós temos que, por vezes, adaptar ou mudar um pouco do que estava planejado para podermos rodar o filme até o fim.
FT: Percepção do Medo/Uptake Fear já tem data para lançamento em cinemas, on demand ou DVD? Já há negociação com alguma distribuidora?
KF: Ainda não, mas contamos com a distribuição da Moro Filmes, uma distribuidora do Paraná que está focando seus esforços na produção nacional de cinema fantástico.
FT: Vocês têm um projeto em andamento chamado Desalmados, um filme de zumbis pós-apocalíptico. Como anda o projeto? Já tem alguma previsão de conclusão/lançamento?
KF: O processo é lento, e como é lento...
AF: O longa Desalmados participou do pitching em Blood Window Ventana Sur em Buenos Aires, assim como o projeto foi apresentado no Fantastic Market no Fantastic Fest em Austin, nos Estados Unidos. No Brasil, no mês passado, fomos habilitados a captar orçamento com o ProAC ICMS, que é o fundo onde todas as produções do Estado vão buscar recursos. Seguindo o lento caminho natural das produções no Brasil de aguardar recursos públicos, nós também estamos negociando investimentos nacionais e estrangeiros mais diretos no filme. We are open for business (risos).