As Sete Vampiras é um dos lançamentos mais recentes do decano da literatura de terror brasileira Rubens Francisco Lucchetti, publicado em agosto pela Editora Laços. Trata-se do roteiro original do filme homônimo de 1986 dirigido por Ivan Cardoso.
O texto visto no livro é aquele encaminhado originalmente por Lucchetti para o diretor. Ou seja, é um pouco diferente daquela história vista no filme, já que várias sequências do roteiro foram suprimidas durante a produção do longa metragem 30 anos atrás.
Logo, o primeiro mérito do livro é proporcionar um material extra para todos aqueles que são fãs do filme As Sete Vampiras e do cinema nacional como um todo.
Não sou muito fã da publicação de roteiros na forma de livros. Acho que há alguns detalhes técnicos que são úteis à produção do filme, mas completamente dispensáveis para o leitor (como "a câmera se aproxima" ou "câmera faz um zoom" etc).
O roteiro também tem a desvantagem, em relação ao texto em prosa tradicional, de deixar muitas coisas de fora, como pensamentos de personagens, descrição de atmosfera ou mesmo pequenas divagações do narrador que, muitas vezes, dá um sabor especialmente à leitura.
Mas, ao mesmo tempo, roteiros têm a vantagem de irem direto ao ponto. Tirando os detalhes técnicos, como ações de personagens, descrição do cenário ou informações sobre o uso da câmera, o roteiro é basicamente um texto de diálogos.
Isso permite que a leitura flua muito mais rapidamente. O excesso de detalhes e descrições dos textos em prosa de contos e romances dá um sabor especial à leitura mas, se escritos em excesso, também podem atrasar e prejudicar sua leitura (alguém lembrou dos livros de mil páginas de Stephen King, aí?).
Falando especificamente de As Sete Vampiras, não consigo imaginar se faria alguma diferença caso o autor tivesse novelizado a história em vez de lançá-la como roteiro, porque o estilo narrativo de Lucchetti é muito cinematográfico, mesmo em seus romances ou contos. Lucchetti costuma priorizar a ação às divagações ou às construções de personagens. Esse é o estilo dele. E ele faz isso muito bem.
A história, em si, é interessante. Apesar do filme de Ivan Cardoso ser classificado como terrir (ou terror cômico), o roteiro de Lucchetti não tem a intenção de priorizar a comédia (com exceção de algumas falas de personagens, que flertam com a comicidade).
No roteiro original, tive a impressão de que o fator mais importante para Lucchetti era criar uma atmosfera de mistério, de "quem fez isso". As sete vampiras do título da história, na verdade, enganam um pouco. Até a própria palavra "vampira" é enganosa.
Não se trata de uma história de vampiras. "As sete vampiras" é, na verdade, o nome do espetáculo teatral encenado na boate onde se desenrola a maior parte do filme. Mas isso faz parte da atmosfera misteriosa criada por Lucchetti.
Não é que não haja "vampiros" no filme. Na verdade, não vou dizer se há ou não um "vampiro". O que eu posso dizer, sem medo de estragar a surpresa, é que não há sete vampiras.
Na história, há um assassino que começa a matar as pessoas. Ele é chamado de "vampiro" em todo o texto de Lucchetti. Mas você não sabe se o assassino é uma criatura sobrenatural ou simplesmente um homem/mulher.
Apenas nas últimas páginas do livro, o leitor descobre quem é o assassino e por que ele está matando as pessoas.
É um clássico do cinema brasileiro e o roteiro é muito bem escrito, apesar de ser bastante clichê. Vale a pena a leitura. E vale a pena ter o livro, que tem uma edição muito bem acabada.
O texto visto no livro é aquele encaminhado originalmente por Lucchetti para o diretor. Ou seja, é um pouco diferente daquela história vista no filme, já que várias sequências do roteiro foram suprimidas durante a produção do longa metragem 30 anos atrás.
Logo, o primeiro mérito do livro é proporcionar um material extra para todos aqueles que são fãs do filme As Sete Vampiras e do cinema nacional como um todo.
Não sou muito fã da publicação de roteiros na forma de livros. Acho que há alguns detalhes técnicos que são úteis à produção do filme, mas completamente dispensáveis para o leitor (como "a câmera se aproxima" ou "câmera faz um zoom" etc).
O roteiro também tem a desvantagem, em relação ao texto em prosa tradicional, de deixar muitas coisas de fora, como pensamentos de personagens, descrição de atmosfera ou mesmo pequenas divagações do narrador que, muitas vezes, dá um sabor especialmente à leitura.
Mas, ao mesmo tempo, roteiros têm a vantagem de irem direto ao ponto. Tirando os detalhes técnicos, como ações de personagens, descrição do cenário ou informações sobre o uso da câmera, o roteiro é basicamente um texto de diálogos.
Isso permite que a leitura flua muito mais rapidamente. O excesso de detalhes e descrições dos textos em prosa de contos e romances dá um sabor especial à leitura mas, se escritos em excesso, também podem atrasar e prejudicar sua leitura (alguém lembrou dos livros de mil páginas de Stephen King, aí?).
Falando especificamente de As Sete Vampiras, não consigo imaginar se faria alguma diferença caso o autor tivesse novelizado a história em vez de lançá-la como roteiro, porque o estilo narrativo de Lucchetti é muito cinematográfico, mesmo em seus romances ou contos. Lucchetti costuma priorizar a ação às divagações ou às construções de personagens. Esse é o estilo dele. E ele faz isso muito bem.
A história, em si, é interessante. Apesar do filme de Ivan Cardoso ser classificado como terrir (ou terror cômico), o roteiro de Lucchetti não tem a intenção de priorizar a comédia (com exceção de algumas falas de personagens, que flertam com a comicidade).
No roteiro original, tive a impressão de que o fator mais importante para Lucchetti era criar uma atmosfera de mistério, de "quem fez isso". As sete vampiras do título da história, na verdade, enganam um pouco. Até a própria palavra "vampira" é enganosa.
Não se trata de uma história de vampiras. "As sete vampiras" é, na verdade, o nome do espetáculo teatral encenado na boate onde se desenrola a maior parte do filme. Mas isso faz parte da atmosfera misteriosa criada por Lucchetti.
Não é que não haja "vampiros" no filme. Na verdade, não vou dizer se há ou não um "vampiro". O que eu posso dizer, sem medo de estragar a surpresa, é que não há sete vampiras.
Na história, há um assassino que começa a matar as pessoas. Ele é chamado de "vampiro" em todo o texto de Lucchetti. Mas você não sabe se o assassino é uma criatura sobrenatural ou simplesmente um homem/mulher.
Apenas nas últimas páginas do livro, o leitor descobre quem é o assassino e por que ele está matando as pessoas.
É um clássico do cinema brasileiro e o roteiro é muito bem escrito, apesar de ser bastante clichê. Vale a pena a leitura. E vale a pena ter o livro, que tem uma edição muito bem acabada.