CLOWN (2014): Resenha de filme

Descobri Clown por acaso navegando pelo Netflix, em busca de um filme diferente de terror para assistir. Na verdade, eu encontrei o filme há algum tempo, mas vinha adiando por um motivo muito simples: não curto muito filme de palhaços assassinos. Para mim, palhaços não são criaturas assustadoras.

E, por mais que as histórias de palhaço variem bastante, esse tipo de filme sempre me lembra It: Uma Obra Prima do Medo (1990). É inevitável, já que a minissérie baseada no romance de Stephen King (e protagonizada pelo monstro que se transfigura no palhaço Pennywise) foi o primeiro filme do gênero que eu assisti e ela me marcou muito (mas confesso que só me assustou porque eu era criança).

E, de fato, Clown tem algumas semelhanças com It. Nos dois filmes, o palhaço é apenas a forma escolhida pelo espírito sobrenatural malévola para se materializar no mundo físico.

Também em ambas histórias, o espírito maligno se alimenta de crianças. A grande diferença entre os dois filmes está no fato de que Clown é mais gore, mais explícito que It. Os ataques às crianças são realmente sanguinolentos. Sangues, vísceras, membros e ossos voam pela tela.

Não é para menos, o filme de 2014 é produzido por Eli Roth, o mestre do gore, responsável por produções como O Albergue (Hostel, 2005), Cabana do Inferno (Cabin Fever, 2002) e Canibais (The Green Inferno, 2013).

No filme de Jon Watts, Kent um corretor de imóveis se atrasa para a festa do filho por estar trabalhando. Além disso, o palhaço contratado para a festa acaba furando.

Mas, para a sorte de Kent, em um dos imóveis sob sua responsabilidade, ele acaba encontrando uma fantasia de palhaço em perfeito estado. Ele resolve suprir a ausência do palhaço na festa, coloca a tal roupa e alegra a festinha.

O problema é que, ao tentar tirar a roupa, Kent percebe que ela está colada ao seu corpo. O nariz, a peruca e a maquiagem tampouco saem de seu corpo. Ao procurar o antigo dono da casa, ele descobre que aquela fantasia é, na verdade, a "pele" de um antigo demônio chamado Cloyne. E a única forma de se livrar dela é oferecer crianças em sacrifício.

Apesar da história ser bem macabra, o filme não consegue criar uma atmosfera à altura. Na verdade, o filme é bem paradão. Em grande parte do filme, Kent tenta lutar contra aquela fantasia e o espírito maligno que, aos poucos, toma conta de seu corpo.

Ele acaba sucumbindo e cometendo alguns assassinatos de crianças. Mas o filme melhora mesmo nos últimos 30 minutos, a partir do momento em que ele resolve dar as caras numa festa infantil num parquinho (no estilo daqueles de shopping).

A cena em que uma criança procura o irmão desaparecido dentro de um brinquedão tem um suspense legal. E fica ainda melhor quando o palhaço resolve perseguir seu próprio filho para sacrificá-lo. São poucos minutos, mas valem pelo outros quase 90 minutos de filme.

De zero a dez, daria uma nota 7. Ele perde alguns pontos por ser um filme de palhaço e por ser meio entediante em sua primeira metade.

Clown foi lançado em 2014 e teve uma carreira principalmente em festivais, on demand e circuitos cinematográficos restritos. Só em junho deste ano, quase dois anos depois de sua premiere, o filme deve ganhar as salas de cinemas americanas.

AVALIAÇÃO GERAL: Regular
NÍVEL DE TERROR: Médio
O QUE ESPERAR: Palhaço assassino e violência



DADOS DO FILME
Título: Clown
Subgênero: Palhaço assassino/Sobrenatural
Diretor: Jon Watts
País: EUA/Canadá
Duração: 100 min.