Entrevista com Bev Vincent: premiado escritor e especialista em Stephen King

Bev Vincent é autor de The Road to the Dark Tower, que analisa a série de sete livros de Stephen King, e foi uma das primeiras pessoas do mundo a ler os manuscritos dos três livros finais de A Torre Negra


Canadense de New Brunswick, o escritor Bev Vincent foi uma das primeiras pessoas do mundo a ler os três últimos volumes da série A Torre Negra (The Dark Tower), de Stephen King, três anos antes de serem publicados.

Os manuscritos de Lobos de Calla (quinto volume da série), Canção de Susannah (sexto volume) e o livro final A Torre Negra ainda estavam em suas versões preliminares. O privilégio foi concedido a Bev pelo próprio King.

Nessa época, os dois já trocavam mensagens de emails, porque Bev Vincent trabalhava com a Editora Cemetery Dance, casa editorial especializada em terror que publica contos e edições limitadas de Stephen King.

A história começou quando Bev Vincent soube que King tinha concluído os primeiros rascunhos dos três livros finais da série. Como ele já era um especialista na obra de King, ele achou que essa seria uma oportunidade de escrever um livro sobre a série que mistura fantasia e terror.

Bev fez o pedido para ver os manuscritos antes da publicação e, para sua surpresa, King aceitou emprestá-los para a produção do livro do canadense, chamado The Road to the Dark Tower, que analisa a série de sete livros.

O livro acabou sendo finalista na categoria Não-Ficção do Prêmio Bram Stoker, em 2004, e ganhou elogio do próprio Stephen King:

Bev, que se corresponde frequentemente com Stephen King, também é autor de ficção, já tendo publicado contos em coletâneas ao lado de mestres como Clive Barker e o próprio King.

Bev e Stephen King em foto de arquivo pessoal


Leia a entrevista:

FT: Você foi finalista do Prêmio Bram Stoker (o mais importante prêmio mundial para escritores de terror) em 2004, com um livro sobre a série A Torre Negra, de Stephen King (The Road to the Dark Tower). Esse é um trabalho que teve a cooperação do próprio King. Como ele foi escrito?
BV: Eu escrevo sobre o trabalho de King há alguns anos, principalmente na minha coluna “News from the Dead Zone”, que é publicada na Revista Cemetery Dance [tradicional editora americana de terror, que também publica edições limitadas de Stephen King]. A coluna é um espaço que contém notícias sobre King, resenhas e comentários. As pessoas sempre me perguntavam quando eu escreveria um livro sobre King, mas eu não podia nem começar a imaginar como fazer isso. Há um livro excelente sobre a ficção de Peter Straub chamado At the Foot of the Story Tree, escrito por Bill Sheehan, que poderia ser um modelo perfeito para esse tipo de estudo, mas Straub não é nem de perto tão prolífico quanto King. Um livro similar sobre King seria gigantesco e levaria anos, até mesmo décadas. No entanto, quando soube que King tinha escrito os primeiros rascunhos dos três livros finais da série A Torre Negra [Os volumes 5 a 7: Lobos de Calla, Canção de Susannah e A Torre Negra], eu pensei que essa seria a oportunidade perfeita. A série foi escrito ao longo de toda a carreira de King e tinha conexões com muitos de seus trabalhos. Eu poderia escrever sobre a série e, ao longo do caminho, talvez, escrever ao algo mais abrangente sobre seus trabalhos como um todo. Antes de começar, no entanto, eu queria ter certeza de que King aprovava a ideia. Ele não é sempre um fã de coisas escritas sobre ele, especialmente quando elas focam mais nele do que em seu trabalho.

FT: Como você se aproximou de Stephen King?
BV: Eu lancei a ideia, deixando claro que eu não levaria isso adiante se ele não gostasse da ideia. Felizmente, ele teve oportunidade de ler meu trabalho na revista da Cemetery Dance, então ele sabia qual seria meu enfoque. Eu também dei um grande salto e perguntei a ele se eu poderia ler os manuscritos dos três livros finais. Eles só seriam publicados dois ou três anos depois, então eu esperava ter, com isso, uma vantagem [ao ler os manuscritos antes da publicação]. Meu livro seria concluído ao mesmo tempo em que o sétimo livro da série fosse publicado, o que faria dele uma obra relevante e muito atualizada. Eu nunca esperei que ele fosse dizer sim, mas ele concordou. Foi um ato muito generoso dele e isso me ajudou a dar, ao livro, muita credibilidade quando fosse procurar uma editora. Depois disso, eu deixei King em paz, exceto para tirar alguma dúvida ocasional sobre pequenos detalhes. Eu não queria ser um chato. Eu repassei a série várias vezes, atualizando meu trabalho assim que versões mais recentes dos livros 5 a 7 tornavam-se disponíveis. Eu não podia discutir o conteúdo do meu trabalho com ninguém àquela altura, porque ninguém mais sabia como a série terminaria, então eu estava sozinho nesse ponto. Era fascinante e excitante ao mesmo tempo.

FT: E Stephen King também elogiou seu livro, dizendo que ele abria portas para o mundo de Roland que nem mesmo ele, o próprio autor, sabia que existiam.
BV: Isso também foi muita gentileza da parte dele. Meu editor queria colocar na capa do livro a frase “Autorizado por Stephen King”. Eu perguntei a ele se isso estava ok. Ele disse que sim, mas perguntou se eu queria mesmo dizer aquilo. Ele estava preocupado que aquilo pudesse dar a ideia de que eu produzi algo que era “seguro”, ou seja, que pudesse parecer que eu tinha tido cuidado para não escrever nada que fosse muito crítico ao trabalho dele. Eu entendi o que ele quis dizer, então eu perguntei se ele não poderia me dar uma alternativa. Então ele nos deu essa citação magnífica. Isso fez a mim e ao meu editor muito, mas muito felizes.


FT: Você escreveu mais dois livros sobre o mundo de Stephen King: The Dark Tower Companion e The Stephen King Illustrated Companion. Você é, como milhares de pessoas em todo o mundo, um fã do trabalho de King. Como é sua relação com ele? Vocês se falam regularmente?
BV: Eu leio os trabalhos de King regularmente desde o final da década de 1970. Eu o encontrei pela primeira vez, durante uma sessão de autógrafos, no final da década de 1980. Tornei-me assinante da Castle Newsletter, uma mala direta que era produzida por um de seus ajudantes, mais ou menos nessa mesma época. E me envolvi em uma comunidade online de fãs em meados da década de 1990, quando a internet começou a se popularizar. Por um tempo, eu me comuniquei principalmente com seu escritório. Então, um dia, ele me respondeu pessoalmente a algo que publiquei nas minhas colunas da revista Cemetery Dance. E nós começamos uma amizade através do email. Eu o encontrei pessoalmente várias vezes – uma das mais memoráveis foi quando eu fui a Bangor para uma exibição privada do curta-metragem Gotham Café (2005) cujo roteiro eu escrevi em parceria [com Peter Schinks e Julie Sands] – e nos correspondemos por email regularmente. Nós falamos principalmente sobre nossos livros, filmes e séries televisivas favoritas. Nós temos gostos similares e, vez por outra, fazemos recomendações um ao outro. Quando chegou a hora de fazer o segundo livro sobre A Torre Negra, The Dark Tower Companion, eu tive a oportunidade de entrevistá-lo, algo que eu nunca tinha feito antes. Eu me senti um pouco estranho, para ser honesto, ao fazer algo tão formal quando nosso relacionamento é, em geral, tão casual. Mas ele me deu uma ótima entrevista para o livro.

FT: Para você, qual o melhor livro de Stephen King e por quê?
BV: Não posso dizer que tenho um único livro favorito. Há muitos para se escolher. Aqueles que eu foquei em The Stephen King Illustrated Companion [O Iluminado, A Coisa, A Zona Morta, O Cemitério, A Dança da Morte, Misery – Louca Obsessão, À Espera de um Milagre, Saco de Ossos, A Torre Negra, Love – A História de Lisey e Novembro de 63] são muito exemplos dos livros que eu mais gostei. Eu teria mais facilidade em apontar o livro de King que eu menos gostei! Eu estou realmente gostando de sua recente guinada para romances de crime, por exemplo. Saco de Ossos é um que eu menciono, porque representou deliberadamente uma mudança em seu estilo. Eu sou muito fã desse livro.

FT: Então, quais seriam os livros que você menos gostou?
BV: Tem dois livros que disputam a posição de menos favorito. Os Estranhos é um deles. Eu adorei a forma como o livro começou. Eu amei Bobbi e Gard. Eu queria mais deles. Quando King os abandonou por centenas de páginas, eu fiquei impaciente para que a história voltasse para eles. Eu não liguei para o que aconteceu com a maioria das outras pessoas da cidade. E Trocas Macabras [livro de 1991, publicado pela Editora Francisco Alves, mas atualmente fora de catálogo. Seu título original é Needful Things], porque eu simplesmente não me importei com 99% dos personagens do livro.

FT: Você também é um escritor de ficção e você publicou vários contos de terror em muitas publicações, como em quatro antologias da série Shivers, da Editora Cemetery Dance. Conte-nos um pouco de sua carreira, sobre como você começou a escrever.
BV: Eu escrevi contos quando estava na escola e na universidade, mas eu não fiz nada com eles por um bom tempo. Apenas no final da década de 90, eu decidi tornar a escrita em um passatempo mais sério e decidi que me esforçaria ao máximo para ter algo publicado até o ano 2000. Eu consegui! Tive primeira história aceita para publicação no final de 1999, mas a revista fechou antes que a história fosse publicada. Mas eu venci um concurso de contos de halloween em 2000, que foi minha primeira publicação. Harming Obsession também é uma das minhas histórias mais populares e eu finalmente escrevi uma sequência para ela [The Boy in the White Street] para a antologia October Dreams 2 (Ed. Cemetery Dance, 2015). Tive muita sorte depois disso. Tive histórias em grandes antologias, como Borderlands 5 (Ed. Borderlands Press, 2003), na qual também apareceu, pela primeira vez, o conto Stationary Bike, de Stephen King. Eu também publiquei na Ellery Queen’s Mystery Magazine, o que foi uma grande conquista para mim. Eu ganhei o prêmio Al Blanchard [prêmio para histórias de crime da Nova Inglaterra, nos EUA] com o meu conto The Bank Job, em 2010, e, neste ano (2015), meu conto The Honey Trap foi finalista do Thriller Award [prêmio internacional de histórias thriller], o que me surpreendeu e me agradou. Eu trabalhei com grandes editores ao longo desses anos. Ser indicado para os prêmios Bram Stoker e Edgar [prêmio para histórias de mistério dos EUA] por alguns de meus livros também foi emocionante. The Stephen King Illustrated Companion foi particularmente recompensador porque me levou a outras coisas como ser entrevistado para perfis e biografias televisivas de King, algo que nunca sonhei em participar.

Shivers VII é uma coletânea da qual
Bev participou junto com King e Clive Barker

FT: E seus planos futuros?
BV: Estou atualmente trabalhando no projeto de uma novella [romance curto] com Brian Keene [autor de vários livros de terror, como The Rising, de 2003, e Ghoul, de 2007, que deu origem ao filme homônimo de 2012], que eu espero estar publicada no ano que vem. E também estou trabalhando em um romance cujo manuscrito espero começar a enviar para editoras também no ano que vem. Será o primeiro livro do que eu espero que seja uma série, então também é muito empolgante. Também, com Rich Chizmar [fundador da Cemetery Dance], estou envolvido em um projeto chamado Stephen King Revisited, no qual Rich está relendo os livros de King na ordem em que foram publicados e está escrevendo, em um blog, sobre suas lembranças ao ler os livros pela primeira vez e como sua reação [aos livros] mudou no decorrer do tempo. Estou escrevendo comentários adicionais [nesse projeto] que colocam cada livro em seu contexto histórico: como estava a carreira de King naquela época, que coisas o estavam influenciando. É muito divertido.

Siga Bev Vincent no Twitter: @bevvincent

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INTERVIEW WITH BEV VINCENT: AUTHOR OF THE ROAD TO THE DARK TOWER


Bev Vincent is a the author of the three books about Stephen King and his works and was one of the first people to read the last three Dark Tower books


Writer Bev Vincent, canadian from New Brunswick, was of the first readers to take a look at the the last three Stephen King's Dark Tower books, three years before they were published.

Wolves of the Calla, Song of Susannah and The Dark Tower final volume manuscripts were just drafts. This privilege was given to Bev by King himself..

At that time, they already exchanged email messages, because Bev Vincent worked at Cemetery Dance Magazine, whose publisher (Cemetery Dance) is specialized in horror and publishes Stephen King's short stories and limited editions.

This story began when Bev Vincent heard that King had written the first drafts of the final three books in his Dark Tower series. As he was a specialist in King's works, he saw that was an opportunity to write a book about the series.

Bev asked King to see the manuscripts before publication and, to his surprise, King agreed, for Bev could write The Road to the Dark Tower, that analyzes the seven-book series.

His book was a non-fiction nominee of 2004 Bram Stoker Award and was praised by Stephen King himself.

Bev, that emails Stephen King frequently, is also a fiction author, that has already published short stories in anthologies alongside with masters like Clive Barker and King.

FT: You have been nominated to Bram Stoker Award in 2004 with a book about Stephen King's The Dark Tower (The Road to the Dark Tower). That's a work that had the cooperation of King himself. How was it written?
BV: I’d been writing about King’s work for a number of years, most notably in my column News From the Dead Zone, which appears in each issue of Cemetery Dance magazine. It’s an essay that contains King news, reviews and commentary. People kept asking me when I was going to write a book about King, but I couldn’t even begin to figure out how to do that. There’s a great book about Peter Straub’s fiction called At the Foot of the Story Tree by Bill Sheehan that would be the perfect model for that kind of study, but Straub isn’t nearly as prolific as King. A similarly comprehensive book about King would be massive and take years. Decades, even. However, when I heard that King had written the first drafts of the final three books in his Dark Tower series, I thought that this was the perfect opportunity. The series was written over the span of his entire career and it has connections to many of his works. I could write about the series and, along the way perhaps, say something about his larger body of work. Before I started, though, I wanted to make sure King was okay with the idea. He isn’t always a fan of things written about him, especially when they focus more on him than on his work.

FT: How did you approach Stephen King?
BV: I made my pitch, clearly stating that I wouldn’t proceed if he didn’t like the idea. Fortunately, he had occasion to read my work in Cemetery Dance, so he knew what my focus would likely be. I also took a big leap and asked him if I could read the final three books in manuscript. This was two or three years before they’d be published, so I hoped that if I could get a head start, my book would be done at the same time as the seventh book in his series was published, which would make it timely and relevant. I never expected him to say yes, but he did. It was a very generous thing for him to do, and it helped give the book a lot of credibility when it came time to find a publisher. Beyond that, I left King alone except for the occasional question about small details. I didn’t want to be a pest. I went through the series several times, updating my work as later versions of books 5-7 became available. I couldn’t discuss the content with anyone at that point because no one else knew how the series would end, so I was all alone in that respect. It was a fascinating and exciting time.

FT: And King has praised this book as well, stating that you opened doors to Roland's World that even he, the author of Dark Tower, didn't know existed.
BV: That, too, was very gracious of him. My publisher wanted to put “Authorized by Stephen King” on the front of the book. I asked him if that was okay. He said that it was, but did I want the book to say that. He was concerned that it might look like I had produced something that was “safe” – meaning that it might look like I’d been careful not to write anything too critical of his work. I could see his point, so I asked if he would supply something as an alternative, and he gave us that terrific cover quote. It made me—and my editor—very, very happy.



FT: You have also written two more books about Stephen King's world: The Dark Tower Companion and The Stephen King Illustrated Companion. You are, like thousands of people worldwide, a fan of King's works. What's your relation with him? Are you friends? Do you talk to him frequently?
BV: I’ve been reading King’s work regularly since the late 1970s. I met him at a signing for the first time in the late 1980s, subscribed to the Castle Rock Newsletter, which was produced by one of his office workers around that same time, and became involved in the online fan community in the mid-90s, when the internet started to become a thing. I communicated mostly with his office for a time, but then he reached out in response to something in one of my Cemetery Dance columns, and we started an email friendship. I’ve met him in person a number of times—one of the more memorable times was when I went to Bangor to have a private screening of the short film Gotham Café that I cowrote the screenplay for [along with Peter Schinks and Julie Sands] — but we email regularly. We talk mostly about our favorite books, movies and TV series. We have similar tastes and are often making recommendations to each other.When it came time to do a second Dark Tower book, The Dark Tower Companion, I had the opportunity to interview him, which I’d never done before. It felt a little strange, to be honest, to do something so formal when our relationship is in general so casual. But he gave a great interview for the book.

FT: What's your favorite Stephen King book and why?
BV: I can’t say that I have a single favorite book. There are too many to choose from. The ones I focused on in The Stephen King Illustrated Companion are representative of the kinds of books I like the most, I guess. I’m really enjoying his recent turn at straight crime novels, for example. Bag of Bones is one that I mention on occasion, because it represented a deliberate change in his style. I’m very fond of that book. I could more easily name my least favorite of his books!

FT: So, what are your least favourite books?
BV: I have two books jostling for the position of least favorite. The Tommyknockers: I loved how the book started out. I loved Bobbi and Gard. I wanted more of them. When King abandoned their story for hundreds of pages, I was impatient to get back to them. I didn’t care for what happened to most of the other townspeople. And Needful Things: I simply didn’t care for 99% of the characters in the book.

FT: You are also a fiction writer, and you published lots of horror short stories in many publications, like four of the Cemetery Dance's Shivers anthology series. Tell me about your career, your achievements, how you started writing...
BV: I wrote short stories when I was in grade school and in university, but I didn’t do anything with
them for a long time. Only in the late 1990s did I decide to turn my hand to writing as a serious pastime, and I decided I would do my best to get something published by 2000. I succeeded! I had a story accepted for publication at the end of 1999, but the magazine folded before that issue came out. But then I won a Halloween short story contest in 2000, which was my first publication. Harming Obsession has also been one of my most popular stories, and I finally wrote a sequel to it for the anthology October Dreams 2. I’ve been quite fortunate over the years since then. I’ve had stories published in some great anthologies, such as Borderlands 5, which also featured the first appearance of King’s story, Stationary Bike. I got a story into Ellery Queen’s Mystery Magazine, which was a big one for me. I won the Al Blanchard Award for my short story The Bank Job in 2010, and this year my story The Honey Trap was nominated for a Thriller Award by the ITW, which surprised and pleased me. I’ve gotten to work with some great editors over the years. Being nominated for the Bram Stoker Award and the Edgar Award for some of my books has been a thrill, too. The Stephen King Illustrated Companion was a particularly rewarding project because it turned out so very well, and it led to some other things, such as being interviewed for international television profiles and biographies of King, something I never dreamed I’d be a part of.

FT: What about your future plans?
BV: I’m currently working on a novella project with Brian Keene that I hope will be out next year. And I’m also at work on a novel that I hope to get to a point where my agent starts sending it out to publishers next year. It’s the first in what I’d like to be a series, so that’s very exciting. Also, with Rich Chizmar at Cemetery Dance, I’m involved in a project called Stephen King Revisited in which Rich is rereading King’s books in order of publication and blogging about his recollections of reading the books for the first time and how his reaction has changed over time. I’m writing companion essays that put each book in historical context: where was King in his career at the time, what things were influencing him, etc. It’s a lot of fun.

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