DRACULA, de Bram Stoker: Resenha de livro

Eu sei, eu sei. Drácula é um clássico. Não precisa de uma resenha para que alguém conheça a obra de Bram Stoker, publicada em 1897.

Todo mundo já viu dezenas de adaptações cinematográficas e outros milhares de filmes de vampiros. Mas eu desafio vocês a me dizer: quantos realmente LERAM Drácula de Bram Stoker? Ouso dizer que muitos poucos.

Para quem não sabe Drácula foi o grande sucesso que alavancou a lenda dos vampiros para o mainstream da indústria cultural. Mas, não foi o primeiro livro sobre vampiros.

Na verdade, histórias sobre vampiros são muito mais antigas. Várias obras literárias antecederam o livro de Stoker, abordando o tema, como os livros The Vampyre (1819), John Polidori, e Carmilla (1872), de Sheridan Le Fanu.

Mas foi pelas mãos do irlandês Stoker, que os vampiros conquistaram o mundo. Bem, vamos à história. Um conde, que mora isolado em um castelo na zona rural da Transilvânia, resolve se mudar para a Inglaterra.

Drácula, então, entra em um navio (pobres tripulantes desse navio) e finalmente chega à Inglaterra.

Quando ele começa a fazer vítimas, entre elas uma linda donzela, prometida a um aristocrata inglês, o viúvo se une a seus amigos e a um médico holandês especializado em vampiros, o Dr. Van Helsing, para perseguir o morto-vivo romeno.

O livro trata basicamente da caçada ao monstro. Mas o mais interessante é a forma escolhida pelo autor para narrar a história. Stoker recorre ao estilo epistolar para contar sua história, que é toda narrada através de diários e cartas escritos pelos personagens. Apesar do estilo epistolar não ser nenhuma inovação de Stoker para a literatura gótica (Mary Shelley já escrevera Frankenstein dessa forma), esse é estilo muito legal, porque passa ao leitor a falsa ideia de que aquilo aconteceu de verdade.

Quem diria que, 100 anos depois, uma imensa vaga de filmes toscos filmados com equipamentos amadores, como Bruxa de Blair e Atividade Paranormal usariam o mesmo recurso, dizendo-se inovadores na forma de contar histórias de terror.

Drácula é essencial para os fãs de terror, assim como Frankenstein e O Médico e o Monstro também o são. Se você ainda não leu e acha que já sabe tudo sobre histórias de vampiro só porque leu Anne Rice e a saga Crepúsculo, reveja seus conceitos e dê uma chance ao velho Stoker.

ORIGINAL EM INGLÊS
Dracula (Constable and Robinson, 1897)
Há milhares de edições (eu li uma edição caprichada da Collector's Library, que custa R$ 38)

EDIÇÕES BRASILEIRAS:
Também há centenas de edições. A Saraiva tem uma edição de bolso que custa menos de R$ 20.